Deputado e ex-ministro de Bolsonaro afirma que “Ainda estou aqui” é uma “peça comunista”
O filme foi indicado para concorrer em três categorias no Oscar 2025

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
O ex-secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro e deputado federal, Mário Frias (PL-SP), criticou duramente o filme indicado ao Oscar "Ainda Estou Aqui", chamando-o de "desinformação comunista". Frias afirmou que a obra estaria contribuindo para a destruição da cultura nacional, ao invés de enriquecê-la. "Quando você transforma uma peça de propaganda e desinformação comunista em arte, você não está enriquecendo a cultura nacional, está destruindo-a. Aquilo ali é a antítese da arte, é apenas uma técnica de manipulação psicológica", escreveu o ex-ator em sua conta na rede social X.
Apesar das críticas de Frias, o filme "Ainda Estou Aqui" recebeu indicações ao Oscar em três categorias: Melhor Atriz, com Fernanda Torres; Melhor Filme Internacional; e Melhor Filme. A obra, dirigida por Walter Salles, conta a história da família de Rubens Paiva, ex-deputado federal assassinado pela ditadura brasileira em 1971. Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva, viúva do político morto, e sua atuação foi amplamente elogiada.
A ditadura militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, deixou um saldo de 434 mortos e desaparecidos políticos, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV). O filme "Ainda Estou Aqui" aborda esse período sombrio da história brasileira, trazendo à tona questões de memória e justiça. A polêmica em torno das declarações de Mário Frias apenas aumentou a visibilidade da obra, que continua a gerar debates sobre o papel da arte na sociedade.