Os perigos da privação de sono: Consequências para a saúde e o bem-estar

Uma recente pesquisa feita pelo Instituto do Sono revelou que mais de 70% dos brasileiros têm dificuldades para dormir. Esse número acaba sendo preocupante, já que o sono é uma parte vital para a saúde e o bem-estar de todo o corpo humano.

Diversos fatores contribuem para esses problemas. O estresse e a ansiedade são alguns dos principais, geralmente ligados a uma vida agitada, fatores adversos do dia a dia e das responsabilidades pessoais. Além disso, o uso excessivo de aparelhos eletrônicos antes de dormir pode interferir na produção de melatonina, o hormônio essencial para regular o sono.

Esse hormônio que é naturalmente produzido, aumenta à noite, ajudando a dormir, e diminui durante o dia. Muitas pessoas usam suplementos de melatonina para problemas de sono, como insônia e “jet lag”. Além de ajudar no sono, a melatonina também pode proteger as células do corpo contra danos.

Porém a ingestão de melatonina não é segura para todas as pessoas. Mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com doenças autoimunes, depressão ou epilepsia devem evitá-la. Usar melatonina por muito tempo pode atrapalhar a produção natural desse hormônio. 

Não dormir bem pode ter sérias consequências para a saúde. Estudos mostram que a falta de sono aumenta o risco de doenças cardíacas, diabetes, obesidade e até alguns tipos de câncer. Também pode afetar a capacidade de atenção, memória e tomada de decisões.

Em entrevistas com os médicos neurologistas, Italo Almeida e Priscila Rosa eles explicaram sobre como funciona essa perda do sono e de que maneira esse problema é tratável.

A quais fatores clínicos o problema com o sono pode ser atrelado?

Segundo o Dr. Italo os problemas clínicos mais associados à insônia incluem hipertensão arterial, doenças neurodegenerativas e doenças afetivas, como a depressão. Esses distúrbios estão frequentemente ligados a problemas de sono e outras condições clínicas. A hipertensão arterial e os distúrbios da função cardíaca ou pulmonar, que podem causar falta de ar, são exemplos claros dessa relação.

Quais implicações neurológicas sérias uma pessoa que tem dificuldade para dormir pode ter?

O Dr. Italo destaca que a falta de sono tem muitas implicações neurológicas. “Ela aumenta significativamente o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Além disso, a privação de sono eleva muito a chance de transtornos de ansiedade, depressão e síndrome de burnout. Portanto, o sono é extremamente importante para a saúde neurológica, e problemas de sono podem levar a várias complicações graves.”

Quais os tratamentos mais indicados para o combate à perda de sono?

De acordo com a médica Priscila Rosa, os tratamentos para a insônia dependem de suas causas. “Eles podem incluir terapias de higiene do sono, mudanças nos hábitos de vida, tratamento de doenças respiratórias e uso de medicações, entre outros.”

Devido à pandemia, os brasileiros começaram a consumir mais medicamentos para dormir, muitas vezes sem prescrição médica, como o Zolpidem. Qual é a sua opinião médica sobre isso e quais impactos essas medicações podem ter no ser humano?

Priscila ressalta que o uso crônico de medicações para insônia não é recomendado pois já se sabe que o uso crônico de medicação para insônia geram problemas futuros para o cérebro como déficits de memória, distúrbios de comportamento e dependência do uso do remédio.

Quais as indicações para melhorar o sono?

“Para melhorar a qualidade do sono, é importante controlar o estresse e adotar métodos de relaxamento frequentes, como reiki, meditação e acupuntura. Existem muitas maneiras de melhorar o sono, mas as mais importantes são fazer boas escolhas, como evitar excesso de trabalho, reduzir o estresse, afastar-se de relações tóxicas e evitar dívidas. Essas ações ajudam significativamente na qualidade do sono”, destaca Italo.

Os problemas de sono, como a insônia, afetam tanto o corpo quanto a mente de maneira significativa. É crucial desenvolver hábitos de sono saudáveis, procurar ajuda quando necessário e entender os fatores que prejudicam o descanso para melhorar nossa qualidade de vida.