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Exercícios físicos fazem bem para o corpo e a mente, mas exigem cuidados

Exercícios físicos fazem bem para o corpo e a mente, mas exigem cuidados

Atividade física regular contribui para a saúde do coração e o equilíbrio emocional, mas seu uso inadequado, assim como o de suplementos, pode causar sérios riscos à saúde

| Autor: Bruno Oliveira

Foto: Energie Fitness por Pixabay

O hábito de se exercitar diariamente não traz benefícios apenas para o corpo, como o fortalecimento muscular, mas também contribui significativamente para a saúde do coração e pode auxiliar no tratamento de doenças emocionais, como a depressão e a ansiedade.

Segundo o Ministério da Saúde, a atividade física regular melhora a função do sistema cardiovascular e ajuda a controlar fatores de risco como obesidade, hipertensão, colesterol alto e diabetes. Esses fatores, quando presentes, aumentam significativamente a chance de desenvolver problemas cardíacos.

A prática de exercícios também é amplamente reconhecida como uma estratégia eficaz no tratamento de transtornos emocionais. Diversos estudos científicos destacam os benefícios da atividade física para a saúde mental, tanto na prevenção quanto no tratamento dessas condições.

Quando feitas da maneira correta, as atividades liberam no organismo hormônios que ajudam a controlar sintomas emocionais desregulados. Durante o exercício, o corpo libera neurotransmissores como endorfinas, serotonina e dopamina, que estão associados à regulação do humor e à sensação de prazer. Essas substâncias contribuem para a redução do estresse e promovem bem-estar geral.

Pessoas que sofrem de insônia também podem ser beneficiadas, já que a prática regular de exercícios está associada à melhora da qualidade do sono, aspecto fundamental para a saúde mental.

No entanto, é importante ressaltar que, apesar de todos os benefícios, a atividade física deve ser praticada com cautela e orientação profissional. Exercícios feitos de forma inadequada podem causar lesões musculares e articulares, desvios na coluna, problemas posturais e até agravar condições pré-existentes.

Antes de iniciar uma rotina de treinos, é essencial procurar um profissional de educação física qualificado, que possa indicar os exercícios mais adequados para cada pessoa.

Outro ponto de atenção é o uso indevido de suplementos alimentares, como os chamados pré-treinos, que prometem melhorar o desempenho durante os exercícios. O consumo desses produtos sem orientação de médicos ou nutricionistas pode trazer sérios riscos à saúde.

O hepatologista Dr. Raymundo Paraná, da Universidade Federal da Bahia, alerta que muitos suplementos não têm respaldo científico que comprove sua eficácia e segurança. “Esses produtos não precisam seguir a mesma legislação que os medicamentos. A lei não exige que eles passem por estudos de fase 3, que atestam a eficácia e segurança dos remédios vendidos em farmácias”, explica.

Embora não existam estatísticas oficiais no Brasil sobre mortes causadas pelo uso inadequado de suplementos em academias, estudos e casos relatados apontam para riscos reais, inclusive fatais.

Um estudo da Universidade de Harvard, publicado em 2019 no Journal of Adolescent Health, analisou dados de jovens de até 25 anos e concluiu que o uso de suplementos para perda de peso, ganho de massa muscular e aumento de energia está associado a um risco quase três vezes maior de problemas graves de saúde, como hospitalizações e mortes. 
Cerca de 40% dos casos analisados envolviam consequências severas.

Portanto, por mais que os exercícios físicos tragam benefícios para o coração e a mente, é fundamental praticá-los com responsabilidade e sob supervisão profissional. E, no caso dos suplementos, é indispensável que seu uso seja prescrito por médicos ou nutricionistas, de acordo com a real necessidade de cada pessoa.

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