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Endometriose: Conheça mais sobre a doença que tirou Anitta dos palcos

Endometriose: Conheça mais sobre a doença que tirou Anitta dos palcos

Em contato com um médico especializado em ginecologia endócrina para tratamento de endometriose, o Varela Net recolheu informações sobre a doença que acomete 15% das mulheres no Brasil

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Instagram

A cantora Anitta precisou passar por uma cirurgia para tratamento de endometriose na última quarta-feira (20), no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Após a "Girl from Rio" anunciar ter sido acometida pela doença, muitas mulheres começaram a se questionar sobre a condição que atinge cerca de 15% da população feminina brasileira. 

Em conversa com o médico ginecologista Jorge Valente, especializado em ginecologia endócrina para tratamento de endometriose, o Varela Net recolheu informações que ajudam no diagnóstico e tratamento da doença.

O que é endometriose?

"Na endometriose você tem uma implantação do tecido endometrial, que é o endométrio, a parte que reveste o interior do útero, onde o embrião se implanta quando a mulher engravida, dentro da cavidade abdominal. Este tecido do endométrio pode se implantar no intestino, nos ovários, nas trompas em várias situações da cavidade pélvica principalmente", iniciou o drº Jorge Valente.

De acordo com o especialista, a doença não tem um causa definida, mas a teoria mais aceita pela literatura médica é a do refluxo menstrual. 

"Todo mês, a mulher quando menstrua, cerca de 90% do sangue sai pela vagina e de 5% a 10% volta pela trompa e cai na cavidade abdominal. As mulheres que têm endometriose, essas células do endométrio se implantam e ai se origina a doença", continuou.

Principais sintomas

Os principais sintomas são: dor pélvica crônica, ciclos menstruais muito fortes, algumas pacientes têm muita dor na relação sexual, dores ao evacuar e infertilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por dois exames: ressonância magnética da pelve e do abdome e a ultrassonografia com preparo intestinal para pesquisa de endometriose profunda.

Prevenção de sintomas

A melhor forma de amenizar os sintomas e evitar o avanço dos focos de endometriose é ter o diagnóstico precoce e o bloqueio da menstruação. Além disso, um bom estilo de vida ajuda na redução de dores pélvicas e sangramento excessivo.

"Novos estudos mostram o caráter inflamatório da doença, com características, inclusive, de doença autoimune. Então, uma boa alimentação, reduzir inflamatórios como glúten, derivados de leite, açúcar, óleos refinados e ter uma rotina de atividade física e controle do estresse são primordiais para a manutenção da paciente com endometriose", explica o médico. 

Cirurgia

São várias indicações para a realização de cirurgia, como remover aderências, que causam muita dor, remover os focos de endometriose, restabeler a fertilidade ou remover um cisto do ovário. 

"Sem conhecer o diagnóstico prévio do paciente, a gente não pode saber o que, no caso de Anitta, vai melhorar. Focos que estão obstruindo o intestino, causando muita dor, sem melhora com tratamento clínico; cistos volumosos no ovário; endometriose causando infertilidade e muitas aderências, fazendo com que essa paciente tenha um ritmo intestinal ruim; muita dor pélvica e dores que prejudicam demais a qualidade de vida do paciente", explicou o ginecologista.

Riscos de morte

A doença não possui relação com casais fatais, mas pode impactar a qualidade de vida das pacientes.

"Há casos em que há deterioração muito grande da qualidade de vida dessa paciente porque pode ter comprometimento de maneira ostensiva, principalmente da parte intestinal. Assim, algumas pacientes podem ser submetidas a cirurgias que têm um alto risco. As cirurgias, sim, podem aumentar o risco de uma morbimortalidade aumentada e não a doença em si", finalizou

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