ONU questiona legitimidade das eleições na Venezuela
Relatório da ONU aponta problemas na divulgação de resultados e falta de detalhes sobre a reeleição de Nicolás Maduro, questionando a legitimidade do pleito
Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Nesta quarta-feira (13), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório crítico sobre as eleições na Venezuela, destacando preocupações sérias sobre a transparência e a integridade do processo eleitoral. O documento, preparado por um grupo de especialistas enviados pela ONU para observar as eleições, aponta atrasos na divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como um dos principais pontos de crítica.
O relatório destaca que, até o momento, os resultados oficiais, que poderiam confirmar a vitória de Nicolás Maduro ou indicar uma possível derrota do chavismo, ainda não foram tornados públicos. A falta de transparência no processo e a demora na apresentação dos resultados foram descritas como comprometedoras para a credibilidade do pleito.
“O manejo dos resultados pelo CNE não atendeu aos requisitos básicos de transparência e integridade necessários para eleições confiáveis”, afirma o documento. Os especialistas da ONU ressaltam que a ausência de informações detalhadas e a falta de um cronograma claro para a divulgação dos resultados impactaram negativamente a confiança pública no processo eleitoral.
A reeleição de Nicolás Maduro, proclamada sem uma divulgação completa dos resultados, foi descrita pelos observadores da ONU como uma situação sem precedentes nas eleições democráticas atuais. Esta falta de clareza gerou um ambiente de desconfiança em relação ao resultado anunciado pelo CNE.
“Isso teve um impacto negativo na confiança no resultado divulgado pelo CNE”, conclui o relatório. As críticas surgem em um momento crítico para a Venezuela, onde a legitimidade das eleições e a governança estão em debate constante.
Embora o documento da ONU não estivesse inicialmente previsto para ser divulgado em sua íntegra, a organização decidiu antecipar a publicação das suas conclusões devido à gravidade das questões levantadas. Esta decisão reflete a pressão internacional por maior transparência e pela necessidade de garantir que os processos eleitorais estejam em conformidade com os padrões democráticos.