"Não há recursos", diz prefeito sobre piso dos agentes comunitários de saúde
Declaração de Bruno Reis foi feita durante Desfile Cívico do Dia da Independência, nas ruas da capital baiana
Foto: Domingos Júnior/Varela Net
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) voltou a afirmar que Salvador não tem condições de se adequar ao piso salarial dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. A declaração foi feita durante participação no Desfile Cívico Militar do Dia da Independência do Brasil, na manhã desta quarta-feira (7), no Centro da cidade, quando o gestor municipal também ressaltou que precisa da verba do Governo Federal para fazer o reajuste à categoria.
"Eu não posso. Não há recursos, não tem previsão orçamentária. Salvador não tem esse dinheiro para fazer investimento de R$ 311 milhões que é para onde ia essa conta com o piso e remunerações. Então, efetivamente, a gente defende a aprovação dos pisos com a devida receita transferida para os municípios”, alegou Bruno Reis.
Na semana passada, a Prefeitura de Salvador ingressou com uma ação na Justiça para cobrar ao Governo Federal o repasse referente ao pagamento do salário de todos os 3.437 agentes comunitários de saúde e de combate às endemias da cidade.
A prefeitura informou que a União repassa R$ 20 milhões a menos do que o estabelecido pelo Ministério da Saúde. A pasta calcula que a capital baiana teria um excedente de 637 profissionais. A Emenda Constitucional 120 estabelece que o benefício tem que ser pago a todos os profissionais.
A União estaria repassando para Salvador R$ 88 milhões para o pagamento da categoria, quando deveria ser R$ 108 milhões. A ação na Justiça é mais uma medida da prefeitura para encontrar uma solução em torno do reajuste salarial da categoria.
Em caso de um parecer favorável na Justiça, a gestão municipal se compromete a repassar o valor aos agentes, por meio de Gratificação de Competência. Com isso, a remuneração chegaria a quase R$ 3,8 mil.
Recentemente, a categoria rejeitou proposta feita pela prefeitura em assembleia, que foi de um aumento de 74%, com remuneração de R$ 3.393. A gestão municipal afirma que tem mantido diálogo com os profissionais e que segue aberta a ampliar os debates para chegar a um desfecho.
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