Laudo aponta que não houve estupro no caso do bebê que morreu em Vera Cruz
Família ainda não sabe o que provocou a morte da bebê
Foto: Divulgação
O resultado do laudo realizado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) descartou que a causa da morte de Lara Heloísa Pena da Conceição, de 2 meses, tenha sido por violência Sexual.
A criança deu entrada em uma unidade de Pronto Atendimento (UPA), na tarde de terça-feira (2), no município de Vera Cruz, após ter passado mal onde estava com os pai na Ilha de Itaparica.
Segundo o Laudo realizado pelo médico responsável no atendimento, o bebê apresentava marcas de violência nas partes íntimas, então, a Polícia Militar foi chamada e os pais da menina foram levados para a delegacia, onde prestaram depoimento e foram liberados.
Em nota da Polícia Civil informou que, "Durante apurações do fato, a perícia médica legal realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) não identificou nenhum tipo de violência sexual praticada contra a criança, não sustentando informações iniciais do relatório médico da unidade de saúde, onde a bebê foi atendida", o que causou uma reviravolta no caso devido a não ser identificado o motivo da criança por estupro.
De acordo com a advogada Laline Souza, a familia tem recebido constantes ameaças desde que o caso se tornou-se de conhecimento público. “Os pais vem sofrendo muito. Perderam a bebê de forma ainda mal esclarecida, foram acusados por um médico de violência sexual, isso logo após receber a notícia da morte da filha, foram abordados pela Polícia Militar e conduzidos para prestar depoimento numa delegacia. Eles estão recebendo ameaças, estão sem sair de casa e como medo, tudo por uma acusação leviana".
Segundo informações da Polícia, a delegada “ouviu os familiares da menina, instaurou inquérito regular, segue com mais coleta de depoimentos e outras diligências investigativas para esclarecer as circunstâncias da morte da criança, cuja investigação será complementada também pelos laudos periciais”.
O corpo do bebê Lara Heloísa Pena da Conceição já foi liberado do Departamento de Polícia Técnica, porém, os pais temem por sua segurança em realizar o sepultamento da criança. “Eles são moradores de Salvador e no bairro onde residem as pessoas conhecem eles e estão dando apoio, mas, após as mensagens que estão recebendo, eles não se sentem seguros para realizar o enterro. Não há previsão de quando será feito o velório e sepultamento”, disse a advogada.
A prefeitura de Vera Cruz negou que o médico tenha acusado os pais da criança de abuso sexual e emitiu uma nota. "A Prefeitura de Vera Cruz esclarece que, em nenhum momento, houve divulgação de laudo sobre as possíveis causas da morte de uma bebê, em Vera Cruz, que chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento de Mar Grande. O médico que prestou o atendimento todos os protocolos estabelecidos e informou, apenas ao DPT, as condições em que a criança se encontrava e as suspeitas em um relatório inicial. A Prefeitura reitera que é papel do DPT e da polícia as investigações de supostos crimes e a elaboração de laudos periciais".
A advogada disse que medida serão tomadas e que os pais entraram com um processo contra o médico pelas acusações feitas. “Não sabemos, ao certo, como o médico chegou a conclusão de violência sexual. Não existe nenhuma evidência que demonstre qualquer tipo violência física ou sexual contra a bebê. Ele assinou o laudo afirmando que ocorreu o abuso, algo que está comprovado pelo DPT que não aconteceu”, finalizou Laline.
O resultado final deve ser divulgado e anexado ao processo no prazo de até 10 dias.