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Especialista explica o crescimento da violência vinda do tráfico na Bahia

Especialista explica o crescimento da violência vinda do tráfico na Bahia

Dra. Mônica Pinto Leimgruber aponta alguns aspectos que facilitaram a chegada do PCC em massa na Bahia e em Salvador

| Autor: Redação

Foto: Reprodução / Marina Silva

Em uma entrevista do Jornal Correio com a policial penal Mônica Pinto Leimgruber, que também é doutora em psicologia pela Universidad del Salvador, na Argentina, foram elencadas algumas questões que justificam a recente violência ligada ao tráfico no estado da Bahia. 

Segundo Mônica, que trabalhou com a polícia em 2018 com o grupo de inteligência de segurança pública no Rio de Janeiro em preparação para as Olimpíadas, o Primeiro Comando da Capital (PCC) começou a se fixar no estado da Bahia em 2013, em locais específicos, mas com outro “nome de batismo”.

Esse foi um dos motivos pelos quais o grupo ficou tanto tempo fora do radar da polícia. Mônica também aponta a falta de “vontade política” para não ignorar a situação e ter lidado com ela desde o início: “Quando se negou a existência disso tudo, se abriu espaço para a situação seguir adiante, sem uma política de enfrentamento.” 

Sobre o porquê o PCC teria interesse em se fixar no estado baiano e mais ainda da cidade de Salvador, é a questão do porto, que segundo a pesquisadora estaria menos vigiado e permitiria o transporte de drogas e outras “mercadorias” traficadas, incluindo crianças, que fazem parte do repertório do grupo criminoso, que está ligado ao tráfico internacional. 

A outra razão é o carnaval de Salvador, que atrai um público imenso à cidade e segundo a doutora, faz o comércio de drogas triplicar, levando bastante lucro para o PCC. 

Durante a entrevista, a pesquisadora também apontou o risco de mandar lideranças de grupos para outros estados, ela explica: “Quando se adquire um conhecimento, há uma evolução no crime, naquelas cadeias, que passam a comandar em outros lugares.

Quando perguntada sobre como seria possível controlar uma dessas organizações, Mônica explica que o foco na ressocialização é a chave, mas certamente não é algo que acontecerá da noite para o dia. A pesquisadora também aponta que a retirada do celular é essencial, porque restringe a comunicação entre presidiários e o resto da facção. 

A entrevista se conclui com a doutora apontando que é de extrema importância da presença de policiais penais em espaços de debates: “Não tem ninguém que saiba mais que a polícia penal sobre o crime organizado. Enquanto estes profissionais não tiveram ocupando seus espaços, não vamos resolver essa problemática

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