Com 24 presos e mais de R$ 680 milhões bloqueados, confira o 'saldo' da Operação 'Falsas Promessas'
A operação chamou a atenção nesta quarta-feira (9)
Foto: Divulgação/ Ascom PC
A Polícia Civil da Bahia (PCBA) encerrou o balanço da Operação Falsas Promessas 2, deflagrada na manhã desta quarta-feira (9), com um saldo impressionante: 24 pessoas presas, incluindo sete policiais militares, e o bloqueio judicial de R$ 680 milhões em bens e valores. A ação, coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada em rifas ilegais e lavagem de dinheiro, que operava em cidades como Salvador, Região Metropolitana (RMS), Vera Cruz, São Felipe, Juazeiro, Nazaré e até no estado de São Paulo. Cerca de 300 policiais participaram da operação, que cumpriu 30 mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares, além das prisões.
Entre os detidos estão quatro suspeitos apontados como líderes do esquema, capturados em pontos estratégicos da Bahia e em São Paulo. Nomes como Franklin Reis, famoso pelo personagem humorístico “Neca”, o rifeiro Nanan Premiações, preso ao lado da esposa Gabriela Silva, Ramhon Dias e Jhones Rifa, além do policial militar e influenciador Alexandre Tchaca, figuram entre os alvos. Esses influenciadores digitais usavam suas plataformas nas redes sociais para promover rifas fraudulentas, oferecendo prêmios como carros de luxo a preços irrisórios, mas manipulando os resultados para beneficiar membros da própria organização. A estrutura criminosa contava com empresas de fachada e “laranjas” para ocultar a origem dos lucros, que alcançaram a cifra astronômica de R$ 680 milhões, segundo as investigações.
As diligências resultaram na apreensão de itens que evidenciam a ostentação do grupo: cinco armas de fogo, 27 veículos – sendo 15 em Salvador e 12 no interior, incluindo modelos de luxo como Hilux, Jeep Renegade, Mercedes C200, Mercedes AMG e Range Rover –, além de relógios de alto valor, R$ 14 mil em espécie, celulares, munições e notebooks. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando os R$ 680 milhões em bens e valores ligados ao esquema. A operação expôs uma rede sofisticada que, além de rifeiros e influenciadores, contava com a participação de PMs da ativa e da reserva, que ofereciam proteção, informações privilegiadas e, em alguns casos, atuavam diretamente na operação das rifas ilegais.
A Operação Falsas Promessas 2 é um desdobramento de uma primeira fase, iniciada em setembro de 2024, que já havia prendido alguns dos mesmos suspeitos, como Nanan Premiações e Ramhon Dias, posteriormente soltos com medidas cautelares. Desta vez, a ação foi ampliada, atingindo um número maior de envolvidos e revelando a extensão do esquema, que atraía participantes com promessas de prêmios grandiosos enquanto lavava dinheiro em larga escala. O delegado Fábio Lordelo, diretor do Draco, destacou em coletiva que a operação visa coibir a manipulação de sorteios e o uso de redes sociais para crimes financeiros, uma prática que vinha crescendo na Bahia e em outros estados. Dois PMs ainda são considerados foragidos, segundo a Corregedoria da Polícia Militar, que colabora nas investigações.