Protestos na Argentina contra Milei têm confrontos violentos; aposentados exigem reajuste de benefícios
Manifestação desta quarta-feira (12) terminou em confronto com a polícia; torcidas organizadas apoiaram o ato
Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
As manifestações contra o governo de Javier Milei ganharam força na Argentina nesta semana. Na quarta-feira (12), um protesto de aposentados em Buenos Aires, apoiado por torcidas organizadas e movimentos sociais, terminou em confronto com a polícia.
A mobilização faz parte de uma série de atos semanais, sempre às quartas-feiras, em defesa dos direitos previdenciários. Entre as reivindicações, os manifestantes exigem a atualização do valor das aposentadorias, o restabelecimento da cobertura de medicamentos e a continuidade da moratória previdenciária.
Crise previdenciária e cortes no governo Milei
Os aposentados foram um dos grupos mais afetados pela política de corte de gastos públicos promovida por Milei desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2023. Atualmente, a aposentadoria mínima na Argentina é de 279 mil pesos (cerca de R$ 1,3 mil), com um bônus adicional de 70 mil pesos (R$ 338), valor que não cobre o custo de vida e mantém os beneficiários abaixo da linha da pobreza.
Além disso, o presidente mudou a fórmula de cálculo das aposentadorias, congelou o bônus mensal e restringiu o acesso a medicamentos gratuitos oferecidos pelo PAMI (o INSS argentino).
Apoio das torcidas organizadas
De acordo com a agência AFP, a passeata desta quarta-feira contou com torcedores organizados de clubes como River Plate, Boca Juniors e Independiente. A adesão das barras bravas começou após um protesto anterior, quando um idoso torcedor do Chacarita Juniors foi agredido pela polícia.
Os atos contra Milei devem continuar, à medida que os impactos das reformas do governo aprofundam a crise social no país.