Pastor evangélico afirma que máquinas de raio-x são responsáveis por “tornar as pessoas homossexuais”

O pastor evangélico Andrew Isker, líder da Igreja Fourth Street, nos Estados Unidos, gerou controvérsia ao declarar, sem qualquer embasamento científico, que scanners corporais de aeroportos poderiam “tornar as pessoas homossexuais”. A fala, dita durante um episódio do podcast Contra Mundum, que ele coapresenta com C. Jay Engel, foi bastante criticada por promover desinformação e estigma contra a comunidade LGBTQIAPN+. Isker é conhecido por disseminar teorias conspiratórias e desta vez disse preferir ser revistado manualmente por agentes de segurança a passar pelo equipamento, que chamou de “máquina do raio gay”. A declaração foi postada nas redes sociais pelo jornalista Phil Williams no dia 8 de abril de 2025 e viralizou gerando um debates sobre homofobia e o uso da fé para propagar narrativas infundadas.

No podcast, Isker afirmou que evitou o scanner durante uma viagem à Flórida e aconselhou Engel a fazer o mesmo, dizendo: “Você também vai ser revistado, amigo. Não quero que eles te tornem gay”. Ele expressou desconfiança sobre a tecnologia, sugerindo, sem provas, que os aparelhos poderiam tirar “fotos nuas” ou ter efeitos desconhecidos. Na realidade, os scanners corporais utilizam ondas milimétricas ou infravermelhas para detectar objetos ocultos, como armas ou drogas, e as imagens geradas mostram apenas contornos genéricos, sem detalhes anatômicos. Especialistas e a Administração de Segurança de Transporte (TSA) confirmam que não há evidências de que os equipamentos afetem a orientação sexual ou violem a privacidade de forma alegada por Isker.

A declaração de Isker, que também é autor do livro The Boniface Option: A Strategy For Christian Counteroffensive in a Post-Christian Nation, reflete um histórico de posições ultraconservadoras e homofóbicas. Em entrevista ao Tucker Carlson Network em abril de 2025, ele associou a comunidade LGBTQIAPN+ a “pecados financeiros” e práticas “sacrílegas”, reforçando estereótipos preconceituosos.

Sua mudança para o Tennessee, onde tenta estabelecer uma comunidade nacionalista cristã, tem gerado resistência entre moradores locais, que temem a influência de ideias extremistas. As falas do pastor sobre os scanners foram ridicularizadas nas redes sociais, com comentários irônicos apontando a contradição de preferir revistas físicas por agentes masculinos, enquanto outros criticaram a associação entre cristianismo e discursos de ódio.