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"É um cansaço absoluto", diz brasileiro sobre desafios para fugir da Ucrânia

"É um cansaço absoluto", diz brasileiro sobre desafios para fugir da Ucrânia

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de refugiados pode chegar até cinco milhões de pessoas

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/CNN Brasil

A guerra na Ucrânia continua e o número de refugiados é cada dia maior.  Com muitos desafios, as pessoas deixam toda uma história para trás e tentam se reinventar em outro país, outro lar. 

O trajeto feito pelos refugiados não é nada fácil. A fuga pode durar 10 dias e o caminho é extremamente arriscado. Diante dos ataques, também é necessário fugir da fome, do frio e de doenças. As estações de trem estão repletas de gente e os supermercados exercem a função de pontos de acolhimento. 

Em entrevista ao 'Metrópoles', André Naddeo, diretor da ONG Planeta de Todos, grupo brasileiro de auxílio a refugiados, relatou o drama vivido pelas pessoas que atravessam a fronteira da Ucrânia com a Eslováquia e buscam refúgio na Polônia. “As pessoas chegam, tomam água, café, vão ao banheiro. Muitos tradutores ajudam. O primeiro passo é acalmar as pessoas”, disse.

"O fluxo de refugiados ucranianos é constante. Chegamos à noite, e o fluxo é 24 horas. São pessoas que estão em trânsito. Elas estão cansadas, querem dormir, vão para o alojamento e precisam decidir os próximos passos. Se tem um parente, um conhecido em Varsóvia, explicam a situação e adquirem a passagem de trem ou ônibus", informou André. 

Ao ser questionado sobre o estado emocional dos refugiados, Naddeo relata que é extremamente cansativo, pois as jornadas são arriscadas. "É um cansaço absoluto. De Kiev [capital ucraniana] para a fronteira é um caminho muito longo. Não existem ainda vias seguras, corredores humanitários estabelecidos. As pessoas se arriscam. São jornadas de sete, 10 dias. Pessoas que chegaram ontem e saíram do país no início do conflito".

Por outro lado, André apresenta uma mensagem de alívio ao dizer que os poloneses são acolhedores. "Existe um sentimento muito claro. Está enraizado. Os poloneses no pós-guerra sequer podiam falar polonês. Acredito que por isso eles abriram os braços dessa forma", finalizou.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de refugiados pode chegar a cinco milhões de pessoas. 

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