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Cientistas criam primeiro embrião humano sintético sem óvulos e espermatozoides

Cientistas criam primeiro embrião humano sintético sem óvulos e espermatozoides

Embora sejam semelhantes a embriões reais, estes modelos não têm todas as características de um embrião natural

| Autor: Redação

Foto: Pexels

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e no Reino Unido afirma ter criado, de forma inédita na história da ciência, versões sintéticas de embriões humanos a partir de células-tronco, sem a necessidade de utilizar óvulos ou espermatozóides.

Embora sejam semelhantes a embriões reais em estágio inicial de desenvolvimento, estes modelos não têm todas as características de um embrião natural, como um coração em funcionamento e estrutura cerebral. No entanto, possuem células que, em gestações humanas, mais adiante levariam à formação da placenta, do saco vitelino e do próprio embrião. 

Contudo, ainda não se sabe se essas estruturas seriam capazes de continuar se desenvolvendo caso implantadas em um útero humano - ademais, tal procedimento seria ilegal. A equipe por trás do experimento, realizada nos EUA e Reino Unido, diz querer entender por que gestações falham. Ainda há a expectativa de que ele possa contribuir para o estudo de doenças genéticas.

O estudo é liderado por Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e foi apresentado na quarta-feira (14) em Boston durante uma reunião da Sociedade Internacional para Pesquisa em Células-Tronco (ISSCR).

Os mesmos pesquisadores envolvidos nesse experimento já haviam provado antes ser possível criar um embrião de camundongo a partir de células-tronco, dotado de trato intestinal, princípio de cérebro e um coração pulsante.
 
O experimento com os roedores teria demonstrado que os embriões sintéticos seriam quase idênticos aos naturais, mas eles não sobreviveram à implantação uterina.

Em abril, cientistas chineses replicaram o experimento em macacos, mas nenhum embrião se desenvolveu por mais do que alguns dias após a implantação uterina. Cientistas afirmam não saber se a barreira ao desenvolvimento é meramente técnica ou tem causa biológica.

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