Racismo marca confronto entre Boca Juniors e Cruzeiro na Sul-Americana

O jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana entre Boca Juniors e Cruzeiro, realizado na última quinta-feira (15), foi marcado por um ambiente carregado de tensão e controvérsia. Apesar da vitória de 1 a 0 dos argentinos, o que mais chamou atenção foram os incidentes racistas e as acusações de provocação entre as torcidas.

Durante a partida na Bombonera, torcedores do Boca Juniors foram flagrados em vídeos imitando macacos e fazendo ofensas racistas direcionadas aos torcedores do Cruzeiro. Esta situação gerou uma forte reação do clube mineiro, que exigiu ações decisivas da Conmebol para lidar com o racismo. “O Cruzeiro condena os atos de discriminação dos torcedores do Boca Juniors contra nossos fãs durante o jogo. É necessário que haja uma resposta efetiva, pois racismo é um crime e deve ser combatido por todos,” afirmou o clube em um comunicado.

O embate se agravou quando torcedores do Boca Juniors responderam às acusações feitas pelos brasileiros. Eles criticaram os torcedores do Cruzeiro por rasgar dinheiro e atirar as notas em direção à torcida argentina, uma provocação que foi amplamente divulgada nas redes sociais. “Os brasileiros gostam de provocar, zombar da pobreza dos outros e depois usam a carta do racismo para escapar de punições. E como a Conmebol apoia o Cruzeiro, acreditamos que só nós seremos punidos,” disse um torcedor argentino em uma postagem.

A Conmebol, que já foi criticada por sua resposta inadequada a incidentes de racismo, tem sido alvo de descontentamento por parte dos clubes e torcedores. As punições aplicadas, como multas de aproximadamente R$ 660, são vistas como ineficazes para coibir comportamentos discriminatórios. Muitas pessoas acreditam que são necessárias medidas mais rigorosas, como o fechamento de estádios ou a proibição de torcedores, para combater de forma efetiva o racismo e as provocações nos eventos esportivos.