Por economia, Globo abre mão de exclusividade na Copa do Mundo de 2026
Outros canais que transmitem futebol terão caminho livre para negociar com a Fifa
Foto: Divulgação/Fifa
A Rede Globo já comprou os direitos da próxima Copa do Mundo, em 2026. Apesar da renovação de contrato para o Mundial dos Estados Unidos, México e Canadá, o novo acordo com a Fifa não garante o campeonato em todas as mídias: TV aberta, TV por assinatura e mídias digitais.
A emissora já não tinha exclusividade na Internet, o que permitiu que o streamer Casimiro transmitisse as partidas da Copa do Catar. A novidade será na mídia tradicional, onde a Globo dominou com a Copa nos últimos anos. Com isso, outras emissoras que transmitem futebol, como Band e SBT, podem garantir direitos da transmissão.
Segundo informações do site Notícias da TV, o novo contrato entre Globo e Fifa é semelhante ao assinado para os Jogos Olímpicos. A Globo tem um vínculo longo, até 2032, para direitos no Brasil, mas abriu mão da força na TV aberta e no digital.
A emissora aposta neste novo modelo para economizar milhões de dólares. O vínculo atual, que se encerra em dezembro, foi assinado em 2015 pelo valor de US$ 90 milhões (R$ 484 milhões na cotação atual). Em 2020, a Globo entrou na Justiça para suspender a anuidade devido a crise econômica.
No ano seguinte, a emissora conseguiu renegociar a dívida com a Fifa e regularizar os pagamentos. A parcela deste ano, inclusive, foi paga no último mês de junho. Em troca, a Globo abriu mão de transmitir o Mundial na internet e deu espaço na televisão aberta para eventos da entidade fora do futebol tradicional, como a Copa do Mundo de Futsal e de Futebol de Areia.
Na Copa de 2026, a Globo será o principal parceiro de mídia da Fifa no Brasil, mas a entidade está livre para negociar diretamente com qualquer outra empresa que deseje transmitir os jogos. A Globo também não terá mais exigência de exibir todas as partidas possíveis do torneio. Até porque a próxima Copa terá 48 equipes e 80 jogos. Se decidir transmitir a todos, será por uma decisão editorial e não estipulada em contrato.
Agora, uma empresa de TV aberta ou TV paga que quer exibir as partidas da Copa não precisa negociar com a Globo, que tinha o direito de negar um acordo até então. O negócio passa a ser diretamente com a Fifa. Isso pode facilitar uma volta da Band, que não transmite a Copa desde 2014, ou da Disney, que comprou direitos de melhores momentos, mas não mostra jogos ao vivo na ESPN ou Star+ desde 2014.
O novo contrato da Globo com a Fifa também contempla a Copa do Mundo feminina, que vai acontecer na Nova Zelândia e Austrália em 2023 e que já havia sido ocupado separadamente antes da renovação deste vínculo, como informou o Notícias da TV em primeira mão, em maio. Torneios de futebol de base, futsal e futebol de areia também fazem parte do contrato. A exceção é o Mundial de Clubes, vendido à parte.