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Em busca de recomeço, Vitória completa 123 anos de história

Em busca de recomeço, Vitória completa 123 anos de história

Uma das maiores instituições esportivas do Nordeste, o Leão da Barra construiu uma grande trajetória ao longo de sua história

| Autor: João Grassi*

Foto: Reprodução

Um dos maiores e mais tradicionais clubes esportivos do Nordeste, o Esporte Clube Vitória completa 123 anos de existência nesta sexta-feira (13). Com uma vasta história, o Rubro-Negro iniciou suas atividades neste mesmo dia, no ano de 1899, inicialmente batizado como Club de Cricket Victória, já que este foi fundado para a prática do críquete, esporte muito comum entre a colônia britânica que residia em Salvador. Os fundadores do Leão, em sua maioria, residiam no bairro Corredor da Vitória, área nobre da capital baiana, o que inspirou o nome da instituição.

Apenas em 1902, o ainda Victória adotou o futebol como modalidade, assim como o atletismo, a natação e o remo. Nesse mesmo ano, a agremiação altera sue nome para Sport Club Victória, já que o críquete não era mais o único esporte praticado, e passa a utilizar as cores vermelho e preto no seu uniforme.

Mesmo sem ter profissionalizado o futebol no clube, o Vitória conquistou seus primeiros títulos na modalidade em 1908 e 1909, quando foi campeão baiano de forma consecutiva. Porém, no ano de 1953, o clube enfim profissionalizou o esporte, que passou a ser o principal da agremiação. O Leão, então, voltou a se sagrar campeão no mesmo ano. Entretanto, o Vitória acabou vendo o grande rival Bahia acumular mais títulos no estado, levantando apenas 9 taças entre 1955 e 1990, até chegar em seus melhores anos da história.

Em 1986, o Estádio Manoel Barradas foi fundado, mas a partir de 1991, quando foi reformado para receber partidas com mais frequência, virou um marco na história do Rubro-Negro. O 'Barradão' se tornou a casa do Vitória, que veio a crescer após passar a mandar seus jogos neste estádio.

Durante os anos 90, o Vitória se organizou internamente e passou a ser um dos clubes de ponta do Brasil. Foi campeão baiano em 6 oportunidades na década, superando o seu maior rival. O Leão ainda se sagrou campeão do nordeste em 1997, título que voltaria a conquistar em 1999. O sucesso subiu para o âmbito nacional, quando o clube retornou à Série A do Campeonato Brasileiro em 1993, e conseguiu chegar a final da competição, parando num poderoso Palmeiras, que inclusive voltaria a ser campeão no ano seguinte.

O domínio do Leão regionalmente continuou nos anos 2000, quando o clube foi tetracampeão estadual em duas oportunidades, entre 2002 e 2005 e 2007 a 2010. Nesse período, o Vitória conquistou a Copa do Nordeste mais duas vezes, em 2003 e 2010. Mas durante esse tempo, o Vitória oscilou e acabou sendo rebaixado de forma consecutiva em 2004 e 2005, chegando de forma inédita a terceira divisão nacional. O Rubro-Negro se levantou, conseguindo dois acessos em seguida, e retornou à elite do futebol brasileiro em 2008. O Leão voltou a protagonizar uma final nacional em 2010, quando já vinha se consolidando com um título estadual e regional na temporada. O Vitória acabou sendo batido para o Santos, que era um dos grandes times do Brasil na época, e no fim do ano voltou a ser rebaixado para a Série B.

Após dois anos, o Vitória voltou a disputar um Campeonato Brasileiro da Série A em 2013, quando fez uma das melhores campanhas de um time nordestino no formato de pontos corridos da competição. O Rubro-Negro ficou em 5º, quase alcançando a classificação para a Copa Libertadores, sendo também campeão baiano nesta mesma temporada, quando derrotou o seu maior rival Bahia pelo acachapante placar de 7x3 no jogo de ida das finais.

Em 2014, o Vitória voltou a ser rebaixado, e mesmo conseguindo subir logo no ano seguinte, a última década para o clube foi marcada por uma sequência de problemas administrativos, que acabaram culminando num novo descenso, em 2018, quando o Leão entrou em dos seus momentos mais delicados da sua história, momento este que ainda perdura.

No ano passado, o Vitória acabou caindo pela segunda vez para a Série C do Brasileirão, e atualmente luta para se reconstruir e arrumar a casa, após uma sequência de más gestões.

Além dos resultados em campo, o Vitória passou por um processo de restruturação e modificação em seu estatuto para tornar-se democrático na escolha do seu presidente, sendo feita por sócios aptos a participarem do processo.

Muitos acreditam que o desempenho em campo não pode estar atrelado ao administrativo, porém, o Leão da Barra mostra que a queda em campo foi resultado do momento conturbado na administração do clube. Nos últimos 10 anos, o Vitória teve oito presidentes, sendo que dois renunciaram (Ivã de Almeidas e Ricardo David) e um foi afastado (Paulo Carneiro).

Para se ter noção do atual momento político do clube, Fábio Mota é o atual mandatário em atividade, porém, foi eleito como presidente do Conselho Deliberativo, e assumiu por conta do afastamento de Paulo Carneiro, eleito em 2019, e o pedido de licença do seu vice Luiz Henrique. 

Apesar de estar atualmente lutando para se reerguer, o Esporte Clube Vitória completa 123 anos de uma grande trajetória, que orgulha milhares de torcedores ao redor da Bahia e também por outros cantos do país.

*Sob supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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