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O Exorcista choca enquanto filme e ainda mais com histórias de bastidores

O Exorcista choca enquanto filme e ainda mais com histórias de bastidores

A crítica não reflete a opinião do VarelaNet

| Autor: Vítor Lyrio

Foto: Divulgação

Ainda seguindo a "vibe" de Halloween, surge a ideia de trazer o que para muitos é considerado a maior produção audiovisual do gênero de terror de toda a história. O Exorcista (1973), dirigido por William Friedkin e baseado no romance de William Peter Blatty, é um filme que transcende o gênero de terror e ocupa um lugar de destaque na história do cinema. Não é apenas a narrativa aterrorizante da possessão de uma menina que prende o espectador, são também os bastidores e os rumores de acontecimentos sobrenaturais que pairam sobre o filme, ampliando sua aura macabra e transformando-o em uma lenda do terror.

A história gira em torno da jovem Regan, que é interpretada pela maravilhosa Linda Blair, que é possuída por uma entidade demoníaca, chamada de Pazuzu e mostra os esforços desesperados de sua mãe, Chris que recebe vida pela atuação da igualmente incrível Ellen Burstyn, para salvar a pobre criança. A trama também envolve dois padres, o jovem Padre Karras, que é interpretado pelo impecável Jason Miller, e o experiente Padre Merrin, que é interpretado por Max von Sydow, que enfrentam o desafio de exorcizar o demônio que tomou a menina. 


Foto: Reprodução/The Exorcist

O filme impacta especialmente pela abordagem quase documental com que Friedkin conduz as cenas de terror. A maquiagem impressionante e assustadora de Dick Smith transforma Regan em uma figura que personifica a deterioração da inocência e o confronto com o mal. A trilha sonora minimalista, com destaque para “Tubular Bells”, de Mike Oldfield, adiciona uma camada de tensão que parece assombrar o espectador mesmo depois de o filme terminar.

Mas o que realmente torna O Exorcista especial – e tão aterrorizante – são os rumores de acontecimentos sobrenaturais que cercaram sua produção, fazendo com que o próprio set de filmagens se tornasse palco de uma lenda de horror. Um dos incidentes mais marcantes foi o incêndio misterioso que destruiu quase todo o cenário principal, exceto o quarto onde seriam gravadas as cenas de possessão de Regan. O evento foi explicado como um curto-circuito, mas o fato de o quarto ter ficado intacto fez muitos acreditarem que uma força sobrenatural estava protegendo ou "aguardando" aquele espaço específico.

Outro caso envolve a atriz Ellen Burstyn, que sofreu uma lesão nas costas durante uma cena em que seu personagem é jogado violentamente para trás. A dor que se vê na cena é real, e o take foi usado no filme, adicionando uma camada de realismo macabro. Após o incidente, Burstyn relatou ter sentido uma presença inquietante no set, o que aumentou sua convicção de que o filme carregava um peso sinistro.

Foto: Reprodução/The Exorcist

Linda Blair, a jovem atriz de 13 anos que deu vida à possuída Regan, enfrentou seu próprio terror fora das câmeras. A publicidade intensa em torno do filme e a controvérsia sobre o tema fizeram com que ela recebesse ameaças de morte, levando a produção a contratar seguranças para protegê-la. Apesar de ter sobrevivido fisicamente ilesa ao set, Blair foi marcada psicologicamente pela pressão e pelos rumores sobrenaturais.

A “maldição” do filme foi além, com a morte de membros da equipe e do elenco durante e após as filmagens. Jack MacGowran, que interpretou Burke Dennings, morreu pouco após concluir suas cenas, e Vasiliki Maliaros, que fazia o papel da mãe do Padre Karras, também faleceu pouco antes do lançamento do filme. Essas coincidências macabras fortaleceram a ideia de que algo sombrio acompanhava a produção.

Após uma série de acontecimentos estranhos, Friedkin chegou a solicitar a presença de um padre para abençoar o set, numa tentativa de acalmar a equipe e afastar qualquer energia negativa que pudesse estar presente. A presença do sacerdote pareceu trazer algum alívio, mas o estigma de que o filme foi “amaldiçoado” persiste até hoje.

No fim, O Exorcista transcende sua trama e se inscreve no imaginário popular como um verdadeiro “ritual cinematográfico”, onde a ficção e o terror da vida real se entrelaçam. O impacto do filme vai além do medo proporcionado pela sua narrativa; ele carrega uma história que mistura superstição, tragédia e o inexplicável. Talvez seja exatamente isso que o torna tão duradouro e assustador – uma obra de horror que parece transcender a tela e que, para muitos, representa um confronto com algo além da compreensão.

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