“Não quero mais ser boneca”, dispara Xuxa ao ser considerada ‘Barbie brasileira’

Xuxa desabafou sobre a imagem que foi atribuída a ela durante os anos 80 e 90, em entrevista ao The New York Times, divulgada nesta quinta-feira (15). Ela também esclareceu sobre a falta de representatividade em seus programas. 

“Nossa, que trauma eu botei na cabeça de algumas crianças. Eu endossei. Eu assinei embaixo. Eu não via isso como errado naquela época. Hoje sabemos que está errado”, ressaltou.

A publicação destacou o posicionamento da apresentadora nos últimos anos, como defender os direitos da comunidade LGBTQPIA+ e dos animais, além de relatar a pressão estética que sofria, mesmo sendo uma mulher loira e de olhos claros. 

“Eu era uma boneca, uma babá, uma amiga para aquelas crianças. Eu era a Barbie daquele tempo. Ela usa um carro rosa, eu usava uma nave espacial rosa. Não quero mais ser boneca”, pontuou.

A Rainha dos Baixinhos, durante todo bate papo, ressaltou que quis mudar sua imagem, sair da “perfeição” que a cercava e, por isso, decidiu cortar o cabelo para protestar, assim que Sasha nasceu.

O periódico destacou que Xuxa garantiu, no documentário sobre a sua vida e carreira, que os erros em suas produções foram resultados das decisões da sua ex-diretora, Marlene Mattos, e da sociedade na época, que esboçava preconceitos que não seriam tolerados nos dias atuais, mas fazendo uma mea culpa, assumindo que participou de todos os processos dos trabalhos que realizou.

“Muitos, incluindo a própria Xuxa, questionam se o ideal limitado que ela representava era uma influência positiva no Brasil, país com uma população majoritariamente negra e que enfrenta um debate nacional sobre o que é considerado belo e quem foi apagado da cultura popular”, dizia o texto da série que está disponível para assinantes do Globoplay.