Verba da Lei Paulo Gustavo é aguardada com expectativa por produtores culturais
São previstos R$ 148 milhões em repasses federais para incentivo a atividades do segmento na Bahia
Foto: Reprodução/Instagram/Vovô do Ilê
Produtores culturais de diversos segmentos artísticos aguardam com expectativa a distribuição de quase R$ 150 milhões do Ministério da Cultura somente para a Bahia. O montante é parte dos R$ 3,8 bilhões previstos na Lei Paulo Gustavo, recentemente regulamentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ideia é que o dinheiro chegue a os 26 estados, Distrito Federal, além de todos os 5.570 municípios brasileiros.
Fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiye, Antonio Carlos dos Santos, o “Vovô”, espera que a lei garanta uma divisão mais justa do aporte. “Acredito que essa verba vai ser mais socializada, sobretudo com a nossa Margareth à frente e também o João Jorge na Fundação Palmares”, disse ao Varelanet.
Vovô afirma que o recurso é aguardado sobretudo para a produção de um documentário sobre os 50 anos do Ilê. A instituição foi fundada em 1974 e fará meio século de existência em 2024. “Já estamos elaborando a documentação para participarmos do edital”, anuncia o dirigente.
Para o ator, diretor e professor de teatro João Figuer, a Lei Paulo Gustavo ajudará na retomada do segmento cultural após o período crítico da pandemia.
“Esta lei chega num momento crucial para o setor da cultura. A preocupação é como vão ser distribuídos esses recursos, já vimos que grande parte irá para o setor do audiovisual. Mas não podem ser esquecidas as outras áreas, como o teatro, a dança e o circo. Estamos de olho", alerta Figuer.
No evento em que a lei foi regulamentada, em Salvador, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que a liberação do repasse para estados e municípios atende a um "pedido de socorro" do setor cultural, que estave na "fila do osso" durante a gestão do governo Bolsonaro.
"Nessa nova gestão, estamos voltados a executar as políticas públicas, para que o apoio do Ministério da Cultura chegue a qualquer canto do Brasil, promovendo a economia criativa em toda sua potência, sem perseguir, sem discriminar, querendo abraçar todo o povo", declarou a ministra na ocasião.