Salvador é a capital com maior aumento na cesta básica
Com alta de 6,22% em janeiro, custo médio foi de R$ 620,23
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a cesta básica sofreu um aumento em 13 das 17 capitais brasileiras pesquisadas, em janeiro de 2024. O estudo, realizado desde 2005, identificou que a maior alta foi em Salvador, com um expressivo aumento de 6,22%.
A capital baiana foi seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Por outro lado, algumas cidades apresentaram redução nos custos, como Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%).
O aumento em Salvador é o mais significativo do levantamento, colocando a cidade em uma posição desconfortável em relação ao poder de compra de sua população. Em São Paulo, que é a capital com a cesta básica mais cara, tem um valor de R$ 851,82, equivalente a 60% do salário mínimo vigente de R$ 1.518, já em Salvador, em comparação o custo médio foi de R$ 620,23.
O estudo também revelou que o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas em janeiro deveria ter sido de R$ 7.156,15, mais de quatro vezes o valor do salário mínimo oficial. Com isso, a situação salarial do trabalhador brasileiro continua desafiadora. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou em dezembro de 2024 que a renda média do trabalhador brasileiro foi de R$ 3.279,00, ainda distante do montante necessário para suprir as necessidades básicas.
Entre as capitais do Sul e Sudeste, que apresentam as cestas mais caras, Florianópolis lidera com R$ 808,75, seguida por Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63). No Norte e Nordeste, por outro lado, as capitais continuam a ter custos mais baixos, com Aracaju sendo a mais acessível (R$ 571,43), seguida por Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).
O levantamento do Dieese aponta que o aumento na cesta básica está atrelado a três itens principais: o café em pó, que apresentou alta em todas as capitais, o tomate, que registrou aumento expressivo em Salvador (acima de 40%) e em outras cidades devido às chuvas, e o pão francês, que teve elevação em 16 das 17 cidades pesquisadas devido à menor oferta de trigo nacional e a necessidade de importação.
No entanto, o aumento poderia ter sido ainda mais significativo, não fosse a queda nos preços de itens como batata, leite integral e arroz, que contribuíram para amenizar o impacto geral. A diminuição da oferta de arroz e feijão nos últimos meses ajudou a segurar a escalada de preços de outros produtos essenciais.