Show de Daniela Mercury em apoio a Lula será investigado pela CGM de São Paulo
A manifestação político-partidária não era permitida por contrato, conforme a prefeitura da capital paulista
Foto: Redes Sociais/Reprodução
A Prefeitura de São Paulo abriu procedimento para investigar a conduta adotada durante o show da cantora Daniela Mercury, realizado no dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, na capital paulista. Segundo a administração, a apuração é para verificar desacordo com as regras de contratações desse tipo, nas quais é vedada a manifestação político-partidária e será coordenada pela Controladoria Geral do Município (CGM).
A gestão contratou a apresentação da artista por R$ 160 mil, que serviu de palco para manifestação de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme a reportagem da 'Folha de S. Paulo', o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se irritou com a situação, já que o pagamento da exibição ficou por conta da Prefeitura paulistana. À Folha, Nunes afirmou nesta quarta-feira (4) que a CGM irá abrir uma sindicância e frisou que o recurso é proveniente de emenda parlamentar dos vereadores Alfredo Alves Cavalcante, o Alfredinho, e Eduardo Suplicy, ambos do PT, e Sidney Cruz (Solidariedade).
"A prefeitura não iria negar a solicitação por emenda parlamentar para fazer uma festa para os trabalhadores, ressaltando que não é permitido em qualquer atividade paga com recursos públicos o uso político partidário", disse o prefeito.
"Além disso, o evento de 1º de Maio é organizado e realizado, anualmente, pelas centrais sindicais, responsáveis por toda a infraestrutura necessária, curadoria e conteúdo exposto durante o evento", afirmou a administração municipal em nota.
Candidato ao Palácio do Planalto, Lula discursou como uma das estrelas da manifestação. O ato ainda contou com uma série de ataques a Jair Bolsonaro (PL), presidente da República.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, o pagamento do cachê gerou ruído depois que um suposto contrato entre a cantora e a Prefeitura de São Paulo passou a ser divulgado nas redes bolsonaristas.
A produtora de Daniela esclareceu que, inicialmente, assinou um contrato com a administração municipal. Entretanto, esse documento foi cancelado, e a cantora, então, firmou acordo com a produtora M Giora Comunicações, que organiza evento para as centrais sindicais.
A empresa pagou à artista duas parcelas de R$ 80 mil cada, totalizando R$ 160 mil, e será reembolsada pelas centrais sindicais.