Número de jornalistas presos cresce 20% em 2021
Em números, são 488 jornalistas e colaboradores de veículos de comunicação presos
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Um relatório divulgado, nesta sexta-feira (16), pela ONG Repórteres Sem Fronteiras apontou que, em comparação ao ano passado, houve um aumento de 20% no número de jornalistas presos ao redor do mundo por conta de sua profissão.
Em números, são 488 jornalistas e colaboradores de veículos de comunicação presos, sendo o maior número já registrado pela RSF, que realiza o levantamento desde 1995.
Além dos presos, 65 são mantidos reféns e dois estão desaparecidos. Até a publicação do relatório, 46 jornalistas foram mortos neste ano, o que é o menor número registrado pela organização desde 2003.
Conforme a ONG, a queda pode ter sido provocada pela diminuição de tensão em áreas como a Síria, Iraque e Iêmen, e pela maior mobilização pela liberdade de imprensa.
Apesar do menor número de jornalistas mortos, a média é de um profissional morto a cada semana em algum lugar do mundo por exercer sua função. Os países mais perigosos são México e Afeganistão, com 7 e 6 repórteres mortos, respectivamente.
Além disso, a Repórteres Sem Fronteiras nunca registrou tantas jornalistas mulheres presas. Atualmente são 60 profissionais atrás das grades – 33% a mais do que no ano passado.
Números do CPJ
Os números da Repórteres Sem Fronteiras vão ao encontro de outro relatório, publicado pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas, na semana passada.
Os dados do CPJ apontam que o mundo atingiu um recorde global em 2021 de jornalistas que estão atrás das grades. A ONG afirma que 293 repórteres foram presos até dezembro deste ano.
Pelo menos outros 24 jornalistas foram mortos por causa de sua cobertura, e outros 18 morreram em circunstâncias que tornam muito difícil determinar se eles foram alvos por causa de seu trabalho, informou o CPJ.