Motofaixa reduz em quase 60% os acidentes com motos na Av. Bonocô em Salvador

Nos primeiros trinta dias de funcionamento da motofaixa em Salvador, a Superintendência de Trânsito da capital (Transalvador) registrou uma redução de quase 60% nos acidentes envolvendo motos na Avenida Mário Leal Ferreira, a Bonocô. O espaço exclusivo foi responsável por diminuir de sete para três o número de ocorrências no período. Ao longo de 2025, já foram contabilizados 17 sinistros com motos na via, todos sem vítimas fatais.

Em 2024, a Bonocô registrou 56 acidentes com motocicletas, que resultaram em duas mortes e 54 feridos. No total da cidade, 15 pessoas perderam a vida em acidentes com motos nos três primeiros meses de 2025. No ano anterior, foram 84 vítimas fatais. Comparado ao número total de mortes no trânsito em 2024 (142), 59% envolveram motocicletas.

“Acreditamos que a motofaixa contribuiu com essa redução de acidentes com motos na Bonocô. Continuamos trabalhando para reforçar a segurança viária dos motociclistas", afirma Diego Brito, superintendente de Trânsito de Salvador. Segundo ele, a cada três meses, os dados de sinistros na avenida serão enviados à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Caso os resultados continuem positivos, a motofaixa poderá ser expandida para outras vias da cidade.

A motofaixa está localizada entre as faixas 1 e 2 de cada sentido da avenida, próximas ao canteiro central, e foi demarcada com linhas tracejadas azul e branco. A ideia é permitir um trânsito mais disciplinado e seguro para os motociclistas, sem alterar a dinâmica geral da via, que continua com quatro faixas por sentido.

Fiscalização de nova velocidade começa dia 10

Com o fim do período de adaptação, a nova velocidade máxima da Av. Bonocô — agora de 60 km/h — passará a ser fiscalizada a partir desta quinta-feira (10). A mudança foi uma exigência da Senatran para a implantação da motofaixa. Mesmo utilizando a faixa exclusiva, motociclistas devem respeitar o novo limite de velocidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a velocidade é a principal causa de acidentes de trânsito com mortes e ferimentos graves, especialmente em países de renda média e baixa, como o Brasil. Um relatório do World Resources Institute (WRI) destaca que um atropelamento a 60 km/h equivale a uma queda do sexto andar, com 98% de chance de morte para o pedestre.

Diego Brito também reforça que motoristas de carros não devem transitar constantemente pela motofaixa. “É permitido cruzá-la para mudar de faixa, mas não circular de forma contínua, bloqueando a passagem das motos”, esclarece.