Ex do suspeito de matar delegada relata ameaças e comportamento explosivo
Ex-namorada de Tancredo Neves descreve relacionamento conturbado e ameaças
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Tancredo Neves Feliciano de Arruda, acusado de matar a delegada Patrícia Jackes, está preso após confessar ter asfixiado a vítima com o cinto de segurança do carro dela. A ex-companheira de Neves, com quem teve um filho, revelou à TV Bahia que durante o relacionamento, que durou poucos meses, ela enfrentou constantes ameaças. "Ele dizia que iria dar um tiro na minha boca, que era para um carro passar por cima de mim e me esbagaçar", contou, detalhando o comportamento agressivo e explosivo do suspeito.
A mulher relatou que, apesar de ter tentado terminar o relacionamento ao descobrir que Neves tinha uma noiva, ele continuou a fazer ameaças e a perturbá-la. "Ele me colocava sempre como errada e ele como vítima", explicou. Para se proteger, ela solicitou uma medida protetiva contra Neves, que foi frequentemente descumprida, gerando uma sensação de impotência e medo. "Diversas vezes eu fui na delegacia porque ele estava descumprindo a medida protetiva e nunca era ouvida", lamentou.
Além das ameaças, a ex-namorada afirmou que Neves se apresentava como um sociopata, o que a levou a se afastar completamente. A notícia do assassinato da delegada causou grande choque e pânico na mulher, que temia que a tragédia pudesse ter se repetido com ela ou sua família. "Passaram mil coisas na minha cabeça, porque poderia ter sido eu, poderia ser minha mãe chorando", refletiu.
Tancredo Neves, de 26 anos, já possuía um histórico de violência doméstica e processos legais antes do assassinato de Patrícia Jackes. Com pelo menos 26 registros policiais contra ele e quatro inquéritos, Neves demonstrava um padrão de comportamento violento que foi novamente evidenciado pelo crime recente. O delegado Arthur Gallas destacou que Neves "não media esforços para agredir pessoas e tirar a vida", confirmando a gravidade dos seus atos.