Empresária de Londrina perde batalha contra câncer e deixa carta

A empresária Juliana Carvalho Lopes, de 45 anos, que morreu por consequência de um câncer, em Londrina, no norte do Paraná, teve a chance de preparar a sua própria despedida. Ela deixou uma carta para ser lida durante o seu funeral, que falava sobre ter conseguido desmistificar a doença, além de declarar que é possível ser feliz após o diagnóstico. E mesmo abatida por causa do tumor, Juliana deu uma festa para 150 pessoas, na segunda-feira de Carnaval. 

“A minha hora chegou. E tá tudo bem, gente. Tive a oportunidade e o privilégio de me preparar pra ela. Me redescobrir e receber o melhor das pessoas. Essa é uma despedida honesta e, absolutamente, grata.”, escreveu Juliana na carta. 

Com as palavras, amigos e familiares encontraram conforto para a partida dela.  A narrativa da carta serviu como um desabafo, uma despedida e também “uma aula”. Juliana contou sobre como começou a ver a vida após o câncer de intestino, que a fez passar por oito procedimentos cirúrgicos. 

“Meu objetivo, desde o meu diagnóstico foi desmistificar a doença, o processo e o fim da vida [...] Eu vivi meus últimos anos com dignidade e alegria, apesar do câncer. E como eu sempre repetia – com todo respeito a toda dor e a maneira que cada um tem de lidar com seus perrengues – é possível, sim, ser feliz com câncer. Eu fui”, diz um trecho da carta. 

Márcio Antunes, que foi casado com Juliana por 32 anos, contou que a esposa se mostrou altruísta, mesmo debilitada pela doença, ao se preocupar em confortar seus entes queridos. 

Ele revelou que a carta despertou nele um sentimento ambíguo, em que ao mesmo tempo que todos sentiam a partida da empresária, se reconfortaram com as palavras dela. 

“Ao mesmo tempo que a gente estava triste, a gente se sentiu reconfortado. Ao menos amenizou o sofrimento de saber que ela foi tranquila, foi em paz, e que ainda, naquela situação que ela estava vivendo, ela se preocupou em nos apoiar. Tem sido muito emocionante porque a gente vem vivenciando a leitura dessa carta no dia a dia.”, disse Márcio.  

 

Reprodução/Arquivo pessoal