Delegado explica que não há elementos para prisão de patrões torturadores
Agressores prestam depoimento nesta quarta-feira (31)
Foto: Reprodução/RecordTV Itapoan
Delegado que investiga o crime de tortura contra dois trabalhadores em Salvador, Willian Achan afirmou que ainda não há elementos para pedir a prisão dos patrões das vítimas.
Os dois agressores, Alexandre e Diógenes Carvalho, compareceram à 1ª Delegacia do Barris nesta quarta-feira (31), para prestar depoimento. Alexandre confirmou que "justiça com as próprias mãos", mas alega que está arrependido.
Na ocasião, eles agrediram os jovens a pauladas e um deles teve a mão queimada, como "punição" pelo suposto furto de R$ 30 da empresa – valor que as vítimas negam que tenham pegado.
O delegado Willian Achan ressalta que não há dúvidas de que houve a prática de tortura contra os jovens. "Eles ficaram algum tempo trancafiados, sofreram agressões e outros tipos de situações mais graves, com queimaduras, mordaças, teve mãos e pés amarrados. Então, isso foi uma crueldade bem acintosa e que justifica a aplicação da Lei da Tortura", detalhou o delegado.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que aguarda a conclusão do inquérito, para oferecer denúncia à Justiça. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT), por sua vez, instaurou o próprio inquérito para investigar os empresários.
Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a tortura é um crime hediondo e inafiançável, ou seja: não cabe indulto ou liberdade provisória.
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