Caso Genivaldo: perícia confirma que gases provocaram colapso no pulmão
O homem foi morto no dia 25 de maio de 2022, em Umbaúba, no interior de Sergipe, durante uma ação policial
Foto: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal
Uma perícia realizada pela Polícia Federal a partir de imagens e reconstituição do episódio concluiu que a morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, foi provocada por gases tóxicos que causaram um colapso no pulmão da vítima.
O caso aconteceu em Umbaúba, cidade do interior de Sergipe, no dia 25 de maio de 2022. O homem foi imobilizado e colocado dentro do porta-malas da viatura por policiais rodoviários federais, que foram indiciados pela PF no dia 28 de setembro.
De acordo com a perícia, revelada pelo Fantástico, da TV Globo, na edição do último domingo (9), Kleber Nascimento Freitas, integrante da PRF, foi o responsável por jogar o spray de pimenta em Genivaldo, ao menos cinco vezes.
Os outros dois policiais envolvidos no caso pressionaram o rosto e o pescoço do sergipano contra o chão. Na sequência, ele foi colocado dentro do porta-malas da viatura e, após Genivaldo tentar impedir o fechamento da porta, o policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento colocou uma bomba de gás lacrimogênio no local. Para prolongar o efeito do gás, William e Paulo pressionaram a porta do veículo.
Ainda conforme a perícia, houve liberação de gases tóxicos, como ácido sulfídrico e monóxido de carbono, que possuem potencial de causar incapacidade de respiração e colapso de pulmão. Além disso, o estresse e o esforço de físico de Genivaldo podem ter provocado uma respiração acelerada, facilitando os efeitos dos gases. A vítima teve colapso de pulmão.
Genivaldo tinha esquizofrenia e realizava tratamento. Em laudo toxicológico, realizado após o óbito, foi confirmada a presença de medicamento que a vítima usava frequentemente. Também foi comprovada a ausência de bebidas alcoólicas e drogas no organimso do homem, além de concluir que ele não estava em surto durante o episódio.
Reprodução
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