Silvio Almeida e esposa respondem acusações de assédio e falam em "mentiras"
Ministro dos Direitos Humanos refuta alegações de assédio sexual
Foto: Alex Deitos/ Redes Sociais
Na última quinta-feira (5), o ministro Silvio Almeida, da pasta dos Direitos Humanos, fez uma declaração oficial em resposta às acusações de assédio sexual que surgiram recentemente. Em umm vídeo postado em suas redes sociais, Silvio negou veementemente as alegações feitas pela organização Me Too Brasil, que relatou denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro e outras mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Silvio repudiou as acusações, chamando-as de "mentirosas" e "sem qualquer materialidade". Em sua declaração, o ministro expressou sua indignação, afirmando que as denúncias visam "apagar nossas lutas e histórias" e comprometem a sua trajetória na defesa dos direitos humanos. Ele ressaltou que toda e qualquer denúncia deve ser acompanhada de provas concretas e que não aceita ser alvo de "ilações absurdas".
A organização Me Too Brasil confirmou ter recebido denúncias de assédio sexual contra Almeida e destacou que as vítimas enfrentaram dificuldades para obter apoio institucional. A organização, que oferece acolhimento psicológico e jurídico às vítimas, também mencionou que o caso foi amplamente conhecido entre ministros e assessores do governo, mas que as denúncias só foram divulgadas após autorização das vítimas para a imprensa.
Em resposta, a esposa de Silvio Almeida, Ednéia Carvalho, defendeu publicamente seu marido, afirmando que as acusações são baseadas em "mentiras e ressentimentos". Ela acusou os críticos de serem movidos por racismo e ressentimento contra o casal, que ela descreveu como "sempre íntegro e respeitoso". Ednéia também criticou a mídia e os adversários políticos que, segundo ela, tentam desestabilizar o trabalho do ministro.
Silvio Almeida anunciou que encaminhou o caso à Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e à Procuradoria-Geral da República para investigação. Ele reiterou que qualquer tentativa de distorcer a realidade será combatida e responsabilizada de acordo com a lei. O ministro também destacou a importância de lutar pela emancipação das mulheres e pelo futuro delas, apesar das dificuldades atuais.
Nota da Me Too Brasil:
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.
Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa.
Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado.
“A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política. Denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência.
Além disso, a exposição de um suposto agressor poderoso pode ‘encorajar outras vítimas a romperem o silêncio. Em muitos casos, o abuso não ocorre isoladamente, e a denúncia pode abrir caminho para que outras pessoas também busquem justiça.
Para o Me Too Brasil, todas as vítimas são tratadas com o mesmo respeito, neutralidade e imparcialidade, com uma abordagem baseada nos traumas das vítimas. Da mesma forma, tratamos os agressores, independentemente de sua posição, seja um trabalhador ou um ministro.”
Posicionamento de Ednéia Carvalho: