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Casos de importunação sexual no transporte público tem aumento significativo

Casos de importunação sexual no transporte público tem aumento significativo

Segundo pesquisa, 71% das mulheres já viveram situação de violência ao se deslocar em transportes públicos

| Autor: Ramilton Silva

Foto: Freepik

Nos últimos anos, o número de casos de assédio sexual e importunação em transportes públicos tem crescido muito. Mulheres, principalmente, contam que passam por situações desconfortáveis e abusivas enquanto usam ônibus, metrôs e trens. Esse problema acontece em várias cidades, tanto no Brasil quanto em outros países.

De acordo com a agência Patrícia Galvão 71% das mulheres já viveram situação de violência ao se deslocar em transportes públicos. As vítimas falam que os abusadores costumam tocar sem permissão, fazer comentários ofensivos e ficar olhando de forma constrangedora, o que causa muito medo e insegurança.

Esses comportamentos não são apenas incômodos, mas uma forma de violência que atinge a dignidade das pessoas. Muitas vítimas ficam sem saber o que fazer na hora, seja por medo de uma reação do agressor ou por estarem em um local cheio, o que torna a situação ainda mais difícil. Elas se sentem impotentes e vulneráveis, o que aparece em muitos dos relatos.

Segundo a pesquisa do instituto, 44% das entrevistadas relataram ter enfrentado situações como olhares insistentes e cantadas, 26% afirmaram ter sofrido assalto, furto ou sequestro relâmpago, e 17% mencionaram episódios de importunação sexual. A maioria das participantes também relatou mudanças em seus hábitos diários: 97% evitam lugares escuros, 90% escolhem cuidadosamente onde se sentar no transporte coletivo, 89% evitam sair à noite e 87% preferem não usar certas roupas ou acessórios.

Felizmente, algumas iniciativas estão sendo implementadas para enfrentar o problema. Campanhas de conscientização e mecanismos de apoio às mulheres estão em andamento, como as ações da CCR Metrô Bahia. Entre essas medidas, destacam-se a criação da Sala Elas à Frente e a campanha de combate ao assédio no Metrô da Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Sala Elas à Frente

A Sala Elas à Frente é uma ação da CCR Metrô Bahia que oferece suporte psicológico e social a mulheres que sofrem violência ou importunação sexual. A sala funciona às terças e quintas-feiras, das 9h às 17h, e conta com uma psicóloga e uma assistente social da SPM. 

O aumento dos casos de assédio mostra que mudanças são urgentes. É preciso criar cada vez mais ambientes mais seguros e acolhedores para as mulheres e outros grupos vulneráveis. Isso é essencial para garantir que todos possam usar o transporte público sem medo. Para que isso aconteça, toda a sociedade deve se envolver, desde as vítimas até as autoridades.

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