Proibição da venda de cigarro eletrônico pela Anvisa gera debate em população
Decisão considera que os dispositivos podem aumentar o número de dependentes da nicotina

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu por unanimidade manter a decisão da proibição da comercialização dos cigarros eletrônicos no Brasil. A decisão foi tomada por diretores da Agência em uma reunião realizada no dia 19 de abril. A proibição desses dispositivos, também conhecidos como pods, é determinada desde 2009. Apesar disso, são facilmente encontrados no comércio físico ou online no país.
Alguns pontos sobre o tema foram considerados para a manutenção da decisão de proibir a venda dos cigarros eletrônicos. Entre eles está o aumento considerável do fumo entre os jovens. Para a decisão foram considerados os países onde a venda desses dispositivos é legalizada. Em países como Reino Unido e Estados Unidos, foi registrada uma crise de saúde após o aumento do fumo entre crianças e adolescente.
Outro ponto estudado foi o fator vício, o cigarro eletrônico chegou ao mercado com a proposta de ajudar as pessoas a se livrarem do vício da nicotina, mas não foi bem esse o resultado. Pesquisas recentes mostram que os vapes podem entregar até 20 vezes mais nicotina do que um cigarro comum.
A diretora Danitza Buvinich votou a favor da proibição e destacou o vício crescente entre os jovens como principal motivo para a manutenção da decisão.
"Destaco o aumento do risco da iniciação de jovens e adolescentes ao tabagismo, a alta prevalência de uso em países que permitem tais produtos, em especial por crianças, adolescentes e adultos jovens e ausência de estudos que comprovem que estes produtos provoquem menos danos à saúde", disse Danitza.
Opinião da população
A decisão gerou debate na população, muitos se mostraram a favor da proibição, já outros acreditam que a proibição pode gerar um aumento no contrabando e igualando o cigarro eletrônico a outras drogas como a maconha.
No caso de João Luiz, ele acredita que a proibição pode aumentar o uso entre os jovens. “Eu sou totalmente contra. A maioria dos jovens, ele vai muito ser influenciado por outras mentes, e é isso que está acontecendo. Mas deve ter um cuidado muito especial com o contrabando. Vai virar como se fosse uma droga, vai ser coisa escondida. É isso que tem que ver. Por isso eu sou contra a proibição.” opinou.
Já outras pessoas acreditam que a proibição é válida e ajudará a diminuir o consumo. É nisso que acredita Carlos Almeida. “Eu acredito que é válido sim essa questão de proibir a venda do cigarro eletrônico, tanto a venda quanto o uso também. Então, para mim, sim. Agora, se realmente não traz benefício para a população, realmente tem que ser proibido.”
Para Jonatas Silva, o uso do cigarro precisa ser proibido para o benefício da população que tem se viciado em algo que faz mal a saúde. “Eu sou a favor da proibição porque é uma parada que faz mal à saúde. Como contém substâncias químicas e tipo eletrônica pode prejudicar pulmão e órgãos. Eu sou a favor da proibição porque o que prejudica a população não é bom, né.”
No Brasil, e proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos como o cigarro eletrônico. Conforme o Art. 278 do Código Penal Brasileiro, é crime fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal. A Pena de detenção pode ser de um a três anos, e multa.