NotíciasSaúdeMPOX: Entenda os riscos da doença em alerta de saúde pública global

MPOX: Entenda os riscos da doença em alerta de saúde pública global

Organização Mundial da Saúde emitiu alerta na última quarta-feira (14)

| Autor: Redação

Foto: Shutterstock / Alto Astral

No último dia 14 de agosto, a Organização Mundial da Saúde declarou o cenário da MPOX no continente africano um caso de emergência em saúde pública em todo o mundo. Este alerta foi considerado de importância internacional devido ao risco de disseminação da doença em escala global. 

“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional. ”.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, em 2024, o Brasil já registrou 709 casos confirmados ou prováveis da doença. Porém, o número é menor que os mais de 10 mil casos que foram registrados no país em 2022. Ao longo dos últimos anos foram registrados 16 óbitos por mpox e o mais recente foi em abril de 2023.
Entretanto, a mpox voltou a ser uma doença preocupante após a identificação de uma nova cepa do vírus, mais grave e que foi identificada em cinco nações africanas e na Suécia: a Clado 1b. Baseado nisso, o Varela Net entrou em contato com a infectologista Clarissa Cerqueira para entender melhor sobre a doença.

O que é a MPOX e seus sintomas

É uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV) um membro da família dos poxvírus que pode afetar humanos e outros animais. Os sintomas podem incluir febre, dores musculares, doe de cabeça e lesões cutâneas. “A doença atualmente no Brasil, assim, não deve assustar, mas deve acender uma alerta. Precisamos observar nos próximos dias como é que vai ser essa evolução, essa transmissão da doença aqui no Brasil”, disse a Dra. Clarissa.

O intervalo de tempo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas é, geralmente, de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21. Após o início dos sintomas é possível notar erupções na pele, que começam dentro de um a três dias após o início da febre.

Fatores que contribuem para a proliferação da doença

Os surtos de MPOX em 2022 e 2023 mostraram que o vírus tem a capacidade de se espalhar rapidamente em populações humanas. “O que a gente mais observa é o contato entre as pessoas, principalmente a exposição pela via sexual, porque a doença é transmitida pelo contato com as feridas. E na relação sexual você tem contato e geralmente tem muitos pacientes que apresentam. Tem uma lesão, uma úlcera genital no caso, não sabe o que é e pode ir infectando outras pessoas. Então, eu posso dizer que a gente observa mais isso agora. A doença se comportando como uma infecção sexualmente transmissível, que ocorre através do contato com as feridas ou através do contato indireto. Então, alguém com uma ferida usou uma roupa, emprestou para outra pessoa ou pelo pessoal de cama, isso aí pode acontecer”, explicou a infectologista

Prevenção

Para conter a propagação da MPOX, a gestão da saúde pública tem enfatizado a importância da vacinação, especialmente para os grupos de risco. Porém, a infectologista alerta: “A vacina não é indicada para todo mundo, a gente faz para pacientes imunossuprimidos e pessoas que trabalham em laboratório com o vírus. Então, ela não ainda está indicada e o público de risco de, assim, quem mais tem risco de pegar são as pessoas que mais se expõem. ”

O Brasil oferece a vacinação a maiores de 18 anos que vivem com HIV e tenham contagens de células T CD4 inferior a 200 nos últimos seis meses. Também podem se imunizar os profissionais que trabalham diretamente com Orthopoxvírus e pessoas entre 18 e 49 anos que tiveram contato com fluidos e secreções de pessoas positivadas para a mpox ou com suspeita da doença.

Além disso, existem medidas como o uso de equipamentos de proteção individual, isolamento de casos confirmados, boa higiene, etc. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está colaborando para a conscientização da doença e estratégias de contenção estão sendo implementados com o objetivo de controlar o surto e também de prevenir infecções.

“A proteção acontece através do diagnóstico precoce, porque a gente diagnostica, sabe o que é e isola. E também através do isolamento. Eventualmente o uso de máscara, se o paciente tiver lesão na cavidade oral, ele pode ser transmitido por essa forma, então eventualmente o uso de máscara também e evitar o contato com pessoas doentes”, disse Clarissa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou, no Brasil, um Grupo de Emergência em Saúde Pública afim de monitorar e conduzir ações referentes a doença. Além disso, o Ministério da Saúde também instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar ações de resposta à mpox.

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