Inseminação caseira para engravidar: entenda os riscos dessa prática
A prática não é recomendada por médicos e traz riscos à saúde
Foto: Istock/Getty Images
Nesta quinta-feira (27), a cantora Allana Sarah, mais conhecida como A Dama do Pagode, e sua ex-esposa, a influenciadora Gabriela Messy protagonizaram uma confusão nas redes sociais. As duas vieram a público expor o motivo do término do relacionamento, que segundo a cantora, foi devido a uma traição de Gabriela com um doador durante a prática de uma inseminação caseira. A dama relatou que a ex estava tentando engravidar e acabou se relacionando com o doador, Gabriela nega as acusações.
A discussão sobre inseminação caseira veio a tona nas redes sociais e gerou dúvidas entre os internautas. A prática não é recomendada por médicos e traz riscos à saúde. A inseminação caseira é uma forma de engravidar sem sexo ou ajuda de médicos. O casal busca um doador de sêmen, que faz a coleta do esperma. O material genético é então colocado em uma seringa e injetado no corpo pela mulher que deseja engravidar. Entre os riscos da prática, estão o de infecção e de transmissão de doenças.
Casais homoafetivos formados por mulheres que querem ter filhos, mas não podem pagar pela inseminação artificial, são os que mais buscam o procedimento caseiro. O método também é usado, em menor número, por casais heterossexuais, em que o homem tem problema de fertilidade ou por solteiras que desejam ter filhos, mas não têm parceiros nem dinheiro para pagar pelo procedimento de inseminação em clínica.
Porém, a inseminação caseira não tem respaldo entre os médicos. “Pegar o sêmen bruto sem nenhum tipo de processamento e inocular no útero tem implicações médicas que podem trazer certo risco do ponto de risco infeccioso, por ISTs ou contaminações outras”, diz Pedro Augusto Araújo, vice-presidente da Comissão Nacional de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). O risco é maior do que em relações sexuais sem camisinha porque pode haver contaminação durante a manipulação da seringa. Além disso, se a inserção do sêmen é feita diretamente no útero (e não na vagina), podem ocorrer reações anafiláticas (alérgicas).
O método não é amparado por nenhuma legislação no Brasil. Não há, portanto, regra que proíba a prática. Já a cobrança pelo material genético é vetada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Homens que fazem a doação afirmam só pedir auxílio com custos do deslocamento ou exames solicitados pelos casais antes da inseminação, como testes de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).