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Emergência Epidemiológica: Febre do Oropouche

Autoridades de saúde alertam para a propagação da Febre do Oropouche, doença viral transmitida por mosquitos

| Autor: Lucas Vieira

Foto: Freepik

Desde a sua descoberta em 1960, a Febre do Oropouche (FO) tem sido um desafio crescente para a saúde pública nas Américas, especialmente no Brasil. Originado pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), o qual se propaga principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, o surto recente na Bahia desperta preocupações entre especialistas e autoridades sanitárias. Até o momento, 691 casos foram registrados somente no estado, incluindo dois óbitos sob investigação.

O manejo clínico da FO é limitado ao tratamento dos sintomas, já que não há terapia específica disponível. O diagnóstico preciso requer exames laboratoriais complexos, destacando a necessidade de notificação compulsória e vigilância rigorosa para conter possíveis epidemias. O Simpósio sobre a Febre do Oropouche, realizado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia em Salvador, ressaltou a importância dessas medidas e a incerteza sobre a transmissão da doença fora da região Amazônica, onde historicamente era mais prevalente.

A propagação da FO não se limita mais à região amazônica, estendendo-se a estados como Rio de Janeiro, Piauí, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo, evidenciando uma possível adaptação do vírus a novos hospedeiros e vetores urbanos. A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, alertou para a complexidade da transmissão e a necessidade de novas estratégias de controle, especialmente diante da possível implicação de diferentes espécies de mosquitos na disseminação do vírus.

Enquanto isso, a população é aconselhada a adotar medidas preventivas rigorosas, como o uso de repelentes e roupas protetoras, além da eliminação de criadouros de mosquitos em ambientes residenciais. A colaboração entre autoridades de saúde locais e nacionais é crucial para monitorar e responder rapidamente a surtos da FO, mitigando seu impacto na saúde pública e garantindo o bem-estar da população afetada.

Na Bahia, onde foram registrados dois óbitos suspeitos recentemente, um dos casos é o de um jovem de 24 anos em Valença, que foi diagnosticado como positivo para Oropouche após uma avaliação criteriosa envolvendo análises clínicas, epidemiológicas e laboratoriais detalhadas. A confirmação foi obtida por meio de RT-PCR, excluindo outras doenças como Zika, Dengue e Chikungunya, embora o Ministério da Saúde ainda não tenha oficializado o caso. Um segundo caso, de um morador de 22 anos em Camamu, está sob investigação, incluindo análise genômica para confirmar a presença do vírus.

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, ressaltou a disseminação preocupante da doença para estados fora da região Amazônica, onde historicamente é mais prevalente. “É crucial alertar os profissionais de saúde sobre os desafios desconhecidos da Febre do Oropouche, incluindo a possibilidade de transmissão por diferentes espécies de mosquitos além do Maruim e potenciais complicações como a transmissão materno-infantil”, afirmou Alda.

A investigação de óbitos relacionados à Febre do Oropouche também está em curso em outros estados como Maranhão, onde uma paciente faleceu com sintomas associados à doença. A avaliação genômica desses casos é essencial para entender melhor a variabilidade do vírus e suas formas de transmissão, conforme destacado pela diretora.

Durante o Simpósio sobre a Febre do Oropouche em Salvador, a Secretaria da Saúde do Estado alertou para a necessidade urgente de diagnóstico laboratorial preciso para todos os casos suspeitos, visando um acompanhamento efetivo e medidas de controle mais assertivas.

Até o momento, a Bahia já contabiliza 691 casos da doença, reforçando a necessidade urgente de medidas preventivas como o uso de repelentes e roupas protetoras para evitar picadas de mosquitos, especialmente em áreas afetadas. A colaboração entre as esferas estadual e federal é fundamental para enfrentar o desafio crescente representado pela Febre do Oropouche e proteger a saúde pública contra novos surtos.

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