Aumento de casos de coqueluche emite alerta no Brasil
Ministério da Saúde anunciou intensificação nos programas de vacinação
Foto: Julia Prado/MS
Diversos países registraram um aumento de casos de coqueluche no primeiro semestre de 2024. A doença é infecciosa e altamente transmissível, mas pode ser controlada por meio da vacinação.
Em maio deste ano, a União Europeia divulgou Boletim Epidemiológico alertando o aumento da doença em pelo menos 17 países. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, 2024) informou que, em 2024, foram notificados 32.380 casos e 13 óbitos no país.
O aumento expressivo de casos da doença tem preocupado as autoridades de saúde. Estados e municípios passaram a seguir orientações do Ministério da Saúde, que associa diretamente o crescimento dos casos com a falta de vacinação.
O último pico epidêmico de coqueluche registrado no Brasil ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. De 2015 a 2019, o número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, houve uma redução importante de casos da doença, associada à pandemia de covid-19 e ao isolamento social.
Vacinação
Os dados obtidos nos últimos meses reforçam a importância da vacinação como principal medida preventiva contra a doença.
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo.
Doença
A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar até os pulmões. A doença é causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis.
A doença é altamente contagiosa e é muito comum em bebês. Adultos também podem desenvolver a doença, sendo que idosos e crianças fazem parte do grupo de risco, podendo desenvolver complicações pulmonares por conta da coqueluche, como a pneumonia e a parada respiratória.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas podem se manifestar em três níveis:
No primeiro, podem ser parecidos com os de um resfriado, com mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Eles podem durar por semanas.
No segundo estágio, a tosse piora. Já no terceiro nível, a tosse é tão intensa que pode comprometer a respiração, além de causar vômitos e cansaço extremo.
Prevenção
A vacinação é a melhor prevenção contra a coqueluche, doença transmitida pela tosse, espirro ou até mesmo ao falar. No Brasil, a imunização contra coqueluche está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O esquema vacinal é composto por três doses da vacina Pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de vida), seguidas de reforços com a vacina Tríplice Bacteriana (DTP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
O SUS também disponibiliza a vacinação de gestantes, puérperas e de profissionais da área da saúde com a dTpa. Em 2023, todas as vacinas contra coqueluche apresentaram aumento da cobertura vacinal, em comparação ao ano de 2022.