Comprar frutas já cortadas e embaladas facilita a vida de público PCD
Prática é adotada por supermercados para evitar perda de alimentos
Foto: Divulgação/Conservation International
Quem nunca se perguntou sobre o porquê das embalagens com frutas cortadas e descascadas no supermercado? Embora seja uma solução prática para muitos, especialistas afirmam que a melhor opção é sempre comer as frutas logo após descascá-las. Eis a explicação: a falta de cuidados higiênicos durante a produção e/ou manipulação de alimentos amplia os riscos de contaminação por Salmonella spp e Listeria monocytogenes, microorganismos causadores de doenças que podem levar à morte.
Uma pesquisa da Faculdade de Engenharia de Alimentos (Fea) da Unicamp aponta, que mesmo submetidos a condições desfavoráveis, como baixas temperaturas, os patógenos são capazes de continuar se multiplicando nas polpas desses alimentos, usadas por eles como substrato. Fora da refrigeração, o risco é ainda maior, já que as bactérias se proliferam mais rapidamente. Além disso, as frutas ficam sujeitas à oxidação e perdas superficiais, como de água e vitaminas.
Apesar de não ter sido exatamente pensada para PCD (pessoas com deficiência), há prática é aprovada por esse público. É o caso de Pedro Henrique, de 20 anos, estudante de turismo. Ele é portador de allgrove, síndrome que acomete funções neurológicas e afetam sua locomoção e causam fraqueza muscular.
Pedro Henrique (Reprodução/Arquivo pessoal)
"Nós que somos pessoas com deficiência temos o desejo de ter a nossa independência, de viver sozinho e não precisar do auxílio de outras pessoas para realizar tarefas simples do dia a dia, como cortar uma melancia ou descascar uma fruta, eu não tenho força e nem coordenação motora para realizar tal função. Então encontrar uma fruta cortada no supermercado ajuda muito”, relata Pedro, que, por sua condição, lida com dificuldades de realizar atividades básicas do dia a dia.
O estudante, porém, reclama que os supermercados se aproveitam para aumentar o valor das frutas descascadas e embaladas. “As frutas que são cortadas custam o triplo do valor só por estar em uma embalagem diferente. Isso não deveria acontecer”, queixa-se.
Para Pedro, o formato atende uma demanda social existente, e não é voltado apenas para atender quem quer facilidade.
Entre 69 pessoas que participaram de uma enquete do Varelanet, apenas 33,3% do público sabiam que tal prática pode ajudar e/ou beneficiar PCDs. Veja o gráfico abaixo.
Enquete realizada pelo VarelaNet
*Sob supervisão do editor Alexandre Santos
