União Brasil ameaça não aderir ao governo Lula; Elmar Nascimento vira entrave
Veto do PT ao nome do baiano deputado baiano é um dos motivos para desgaste da relação com a sigla
Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode encontrar uma dor de cabeça para formar sua base no Congresso Nacional. O União Brasil, que terá uma bancada de 59 deputados federais e 12 senadores na próxima legislatura, ameaça manter independência e não aderir ao governo. A informação é do Congresso em Foco.
Um dos motivos para o desgaste do 'namoro' entre o governo e a sigla é o veto ao nome do deputado federal baiano Elmar Nascimento. O parlamentar foi a primeira opção do União Brasil para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, mas foi alvo de uma campanha do PT na Bahia, que não viu com bons olhos a possibilidade da pasta ser comandada pelo político.
Segundo a publicação, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), recebeu Elmar para tentar reverter a situação e estancar o desgaste. O governo acredita que o episódio com o deputado é o principal ponto de resistência da bancada. O baiano ainda poderá indicar o presidente da Codevasf.
O União Brasil ocupa os ministérios da Integração Nacional, com Waldez Goés (de saída do PDT), a primeira-dama de Belford Roxo, Daniela Carneiro (Turismo), e Juscelino Filho (Comunicações). A segunda tem protagonizado os noticiários políticos nas últimas semanas, por suspeita de envolvimento com milicianos da Baixada Fluminense. Além disso, o União Brasil ainda conta com nomes que ficaram conhecidos por sua atuação contra Lula e o PT, como o senador eleito e ex-juiz Sérgio Moro, responsável pela prisão do petista, e o deputado federal Kim Kataguiri (SP), uma das lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL). A posição contrária dos dois foi reforçada pelo deputado federal Danilo Forte (CE).
“Se a gente continuar com esse balcão de cargos, todos perdem o respeito. O partido perde o respeito, a política perde o respeito, o Congresso perde o respeito. Ele se expõe e se fragiliza. Ele perde a credibilidade para discutir até mesmo os seus próprios temas”, disse ao Congresso em Foco. Ele planeja apresentar um manifesto contra a adesão ao governo na reunião para decidir o destino do partido, no dia 31 deste mês.