Reajuste: Servidores públicos terão aumento bilionário de 2025
Desde o ano passado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou 45 acordos com os servidores do Executivo federal.
Foto: Matheus Veloso/Metrópoles
Às vésperas de enviar a proposta de Orçamento de 2025 ao Congresso Nacional, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) já concluiu 39 acordos de reajuste salarial para os servidores públicos, após diversas paralisações de categorias. O último desses acordos será formalizado na noite desta quinta-feira, com os analistas de infraestrutura.
De acordo com projeções da equipe econômica, o impacto financeiro dos acordos será de R$ 16 bilhões em 2025 e R$ 11 bilhões em 2026. O maior impacto, de R$ 10 bilhões, advém do reajuste salarial concedido aos professores federais, que representam um terço dos servidores públicos. Este aumento ocorreu após uma greve de quase 70 dias. Entre as principais carreiras, ficaram de fora dos acordos os servidores do Tesouro Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU), que não aceitaram a proposta do governo.
Segundo o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, os reajustes variam conforme a carreira, mas em média o aumento será de 28% até 2026. Além disso, houve reajuste nos benefícios, como vale-alimentação. Este percentual inclui o reajuste linear de 9% concedido em 2023. Com os ajustes nos auxílios alimentação, creche e saúde, concedidos em maio deste ano, o aumento total chega a 31%. — Os acordos que estamos firmando garantem que, neste mandato do presidente Lula, os servidores não terão perdas inflacionárias.
O MGI está finalizando um projeto para enviar ao Congresso com todos os acordos firmados com as categorias. Para este ano, a previsão do governo é de que os gastos com pessoal e encargos sociais alcancem R$ 373,7 bilhões. Apesar dos aumentos salariais, técnicos do MGI destacam que o gasto com a folha do Executivo, que representava 2,68% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, caiu para 2,61% em 2023 e 2,48% em 2024.
A previsão para o próximo ano é de 2,59% do PIB. Isso se deve ao fato de que o crescimento do PIB tem superado a elevação dos gastos. Em 2024, não houve reajuste para os servidores, levando categorias como a dos servidores do Banco Central e dos professores a realizarem paralisações.
Mudanças nas carreiras
Durante as negociações salariais, o Ministério da Gestão conseguiu acordar com os sindicatos um alongamento nas carreiras para novos servidores.
Na prática, isso significa que o salário inicial será menor em comparação com a remuneração final da carreira, que agora será alcançada de forma mais gradual. Especialistas apontam que a rápida progressão de carreira, com salários iniciais próximos aos finais, é um dos problemas do setor público. Segundo Feijóo, 18 carreiras tiveram ampliação nos níveis de progressão, padronizadas em 20 etapas.
Essa mudança foi um dos motivos que levaram os servidores a aceitarem a proposta do governo. A estratégia do governo envolveu negociar reajustes salariais e o alongamento das carreiras, o que representa um passo em direção à reforma administrativa