Polêmica envolvendo a PEC das Praias paralisa tramitação no Senado
Proposta de Emenda Constitucional deve permanecer fora da pauta por meses devido à necessidade de maior debate
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Após semanas de intenso debate e repercussão negativa, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Praias, que visa autorizar a transferência de territórios de marinha para habitações de interesse social, enfrentará um período de paralisação no Senado Federal. A controvérsia em torno do projeto levou à avaliação de que é crucial amadurecer e discutir mais profundamente seus impactos.
A PEC, de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), tem despertado críticas e dividido opiniões, especialmente após a recente polêmica envolvendo a atriz Luana Piovani e o jogador Neymar. A proposta, se promulgada, revogaria um trecho da Constituição e permitiria a transferência gratuita de territórios de marinha para diversos fins, incluindo habitação.
Avaliações apontam que a proposta, apesar de ter sido apresentada há anos, carece de um debate mais aprofundado, especialmente considerando seu potencial impacto nas áreas litorâneas e na disponibilidade de acesso público às praias brasileiras. O governo, por sua vez, manifestou preocupação quanto à possibilidade de favorecer a especulação imobiliária e dificultar o acesso da população às áreas costeiras.
Enquanto a PEC das Praias permanece fora da pauta do Senado, lideranças partidárias avaliam a possibilidade de realizar sessões de debates para esclarecer pontos de controvérsia. Um requerimento para uma sessão sobre o tema, proposto pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), foi aprovado recentemente, mas ainda não há uma data definida para sua realização.
A controvérsia em torno da PEC das Praias reflete a complexidade dos desafios envolvidos na legislação sobre o uso e ocupação do litoral brasileiro, e sugere a necessidade de um diálogo amplo e inclusivo para encontrar soluções que conciliem desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental.