PGR tem 15 dias para decidir se denuncia Bolsonaro ou arquiva inquérito
Documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República para análise
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Nesta segunda-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do inquérito que investiga o suposto desvio de peças valiosas do acervo presidencial pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-assessores. O documento foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem 15 dias para decidir se apresenta denúncia, arquiva o caso ou solicita mais provas.
A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas na última quinta-feira (4) por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. A investigação aponta que três conjuntos de bens foram recebidos por Bolsonaro durante seu mandato, totalizando um valor de US$ 1.227.725,12 (aproximadamente R$ 6.826.151,66). Entre os itens, destaca-se um "Kit Ouro Rosé", cujo leilão foi informado ao ex-presidente por seu assessor Mauro Cid, e uma quantia de US$ 25 mil em espécie, entregue a Bolsonaro pelo pai de Cid. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas que variam entre 10 e 32 anos de reclusão pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
Em resposta, Bolsonaro afirmou: "Estão tentando transformar um presente em um caso de corrupção. Essa investigação é uma clara perseguição política que visa descredibilizar meu mandato e minha integridade."
O Partido Liberal (PL) também se posicionou, declarando: "Não temos conhecimento sobre qualquer kit de joias que tenha sido supostamente levado à sede do partido. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a ética, confiando que a inocência do Presidente Bolsonaro será comprovada no decorrer das investigações."