Pasta dos Direitos Humanos pede mais 30 dias para explicar fala de Damares
Além do MPF no Pará, o Ministério Público estadual (MPPA) e a Polícia Civil também pediram provas sobre as declarações ao Ministério
Foto: Marcelo Casal JR/Agência Brasil
Foi pedido um prazo adicional de 30 dias pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) para explicar as declarações feitas pela ex-ministra Damares Alves sobre supostas torturas que ocorreram contra crianças no arquipélago do Marajó (PA). A justificativa da pasta é o "elevado número de registros" de denúncias coletado internamente. O prazo inicial para apresentar as informações encerrou-se na segunda-feira (17).
Em ofício enviado a Carlos Alberto Vilhena, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF), Cristiane Britto, atual titular da pasta, afirma que a pasta registrou 5.440 notícias que indicam "possível ocorrência de estupro de crianças ou de tráfico de criança no estado do Pará".
Britto também aponta o "tempestivo, necessário e imprescindível encaminhamento legal às autoridades públicas naturais para a atuação nos casos".
"Sem embargo, mas em razão do elevado número de registros encontrados e à vista da necessidade de tratamento dos dados para o fornecimento das informações solicitadas, respeitosamente solicito a prorrogação por 30 (trinta) dias do prazo inicialmente concedido, na medida em que os 3 (três) dias aprazados foram insuficientes para o volume e magnitude dos trabalhos a serem dispendidos", diz trecho do ofício a que a reportagem teve acesso.
Além do MPF no Pará, o Ministério Público estadual (MPPA) e a Polícia Civil também pediram provas sobre as declarações ao Ministério.
Damares fez declarações durante culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, afirmando que crianças do Marajó são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.