Ministros do governo Lula visitam Glauber Braga durante greve de fome na Câmara
Ministros como Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira e Márcio Macedo se fizeram presentes na Câmara

Foto: Ascom/Sâmia Bomfim
Desde a última quarta-feira (9), o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) mantém uma greve de fome na Câmara dos Deputados, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato, aprovado pelo Conselho de Ética por 13 votos a 5. A ação disciplinar é referente a uma 'confusão' que aconteceu em abril de 2024, quando Glauber expulsou, com empurrões e chutes, o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), após alegar provocações, incluindo ofensas à sua mãe, que estava doente e faleceu semanas depois. Em solidariedade ao parlamentar, ministros do governo Lula têm visitado a Câmara, expressando apoio e criticando o processo, que classificam como “injusto e desproporcional”.
No fim de semana, Glauber recebeu a visita de figuras como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Aparecida Gonçalves (Mulheres) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos). Hoffmann destacou que a decisão do Conselho de Ética é uma questão interna da Câmara, mas pediu uma revisão, chamando o julgamento de “desproporcional”. Macedo, estava acompanhado de movimentos sociais e reforçou a importância de respeitar o mandato popular, enquanto Evaristo apontou o caso como exemplo de violência política. As visitas, que incluíram também o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e a deputada Érika Kokay (PT-DF), visam pressionar por uma solução negociada antes que o processo chegue ao plenário.
Glauber, que já perdeu mais de três quilos e é monitorado por médicos duas vezes ao dia, permanece dormindo no chão do plenário da Comissão de Ética, consumindo apenas água, soro fisiológico e água de coco. Sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), relatou que ele começa a apresentar fraqueza, mas segue firme no protesto, que também ganhou apoio de movimentos como MST e MTST, além de artistas como Marco Nanini. O PSOL classifica o processo como “perseguição política”, acusando o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, de orquestrá-lo em retaliação às denúncias de Glauber contra o orçamento secreto. O deputado planeja recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal (STF).