Ministro de Comunicações do Governo Lula pede demissão nesta terça-feira (8)

Na noite desta terça-feira (8), Juscelino Filho (União Brasil) oficializou sua demissão do cargo de ministro das Comunicações do governo Lula, em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A saída, já antecipada por aliados, ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) por supostos desvios de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal. Em sua despedida, Juscelino classificou a decisão como uma das mais difíceis de sua trajetória política, afirmando que deixa o posto para se dedicar à defesa contra as acusações, que considera infundadas.

A denúncia da PGR, apresentada sob o comando do procurador-geral Paulo Gonet, acusa Juscelino de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, relacionados a emendas destinadas à cidade de Vitorino Freire (MA), administrada por sua irmã, Luanna Rezende, na época em que ele era deputado. A Polícia Federal (PF), que indiciou o político em junho de 2024, apontou indícios de fraudes em licitações e repasses de propina via empresas ligadas ao esquema. Em sua carta, Juscelino destacou que sua saída é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro, reiterando confiança no STF para provar sua inocência.

Juscelino Filho assumiu o Ministério das Comunicações em janeiro de 2023, no início do terceiro mandato de Lula, como parte da cota do União Brasil na Esplanada dos Ministérios. Deputado federal licenciado, ele foi eleito em 2022 com 142.419 votos, consolidando sua influência política no Maranhão. Durante sua gestão, enfrentou críticas e escândalos, mas manteve o apoio inicial do partido e do governo até o avanço das investigações. A pasta, agora vaga, pode ser novamente disputada por nomes do União Brasil, como os baianos Elmar Nascimento e Paulo Azi, que chegaram a ser cotados no passado.