Lula classifica acordo entre União Europeia e Mercosul como ameaça
Presidente do Brasil discursou nesta sexta-feira (23), em Paris, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como uma "ameaça" as exigências da União Europeia para a finalização do acordo do bloco com o Mercosul. A declaração foi feita durante a Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, na França, nesta sexta-feira (23).
Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, o petista se referiu a dispositivos que preveem sanções consideradas duras pelo governo brasileiro, caso não haja o cumprimento das obrigações por parte dos países envolvidos no acordo.
"Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico", afirmou o presidente.
Negociado desde 1999, o acordo entre União Europeia e Mercosul foi finalizado em 2019 e, em 2021, foram concluídos os negócios relacionados a aspectos políticos e de cooperação
Desde então, o acordo está em fase de revisão, para ser feita a assinatura, e a política ambiental da gestão Jair Bolsonaro (PL), que resultou na alta do desmatamento, dificultou a negociação.
A União Europeia enviou ao Mercosul um documento com "instrumentos adicionais" a serem acrescentados no acordo. São esses instrumentos adicionais que Lula classificou como ameaça.