NotíciasPolíticaEx-diretor de UPA relata supostos desvios na saúde em Feira de Santana

Ex-diretor de UPA relata supostos desvios na saúde em Feira de Santana

Depoimentos de João Carlos de Oliveira resultaram na Operação No Service

| Autor: Redação

Foto: Reprodução / Banco de Imagens

O ex-diretor da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha, em Feira de Santana, João Carlos de Oliveira, afirmou em depoimentos à Polícia Federal, que o secretário de Governo do município, Denilton Britto, e Marcelo Britto desviaram mais de R$ 200 mil da Saúde, comandada pelo último citado. 

Os detalhes dos depoimentos, que resultaram na Operação No Service, foram divulgados pelo Blog do Velame. A operação citada investiga possíveis irregularidades na contratação de serviços consultoria em unidades de saúde da cidade. De acordo com João Carlos, contratado pela INSAUDE, Denilton fez o pedido para que ele contratasse a empresa de Marcelo Britto, que ainda não era secretário. Marcelo deixou a pasta na última semana, com exoneração publicada no Diário Oficial do Município. 

Ainda de acordo com João Carlos, Marcelo nunca prestou serviço médico na UPA. "Que Denilton Pereira de Brito, Chefe de Gabinete do atual Prefeito de Feira de Santana, em visita a UPA, lhe fez um pedido, para que fosse disponibilizado na sobra do orçamento da INSAUDE a quantia de R$ 44.000,00 para pagamento de uma consultoria realizada pela GSM, empresa de Marcelo Moncorvo Brito, atual Secretário de Saúde da Feira de Santana; que respondeu ao Denilton que não poderia contratar uma empresa de consultoria já que a INSAUDE era uma empresa que também prestava serviço de consultoria; que respondeu ao Denilton que a única solução seria incluir esses R$ 44.000,00 como serviços médicos, mas desta forma precisaria fazer um aditivo no contrato, o que foi feito através do Aditivo 04620201111 datado de 01/02/2020; que o referido aditivo aumentou o valor global do contrato de R$ l1.909.004,00 para R$ l2.616.827,84; que dividiu os R$ 44.000,00 na rubrica dos diversos serviços médicos prestados na unidade; que a GSM nunca realizou consultoria na INSAÚDE e Marcelo Briro nunca prestou qualquer serviço médico na UPA Queimadinha; que também os sócios da GSM os médicos Raimundo Jose Magalhães Brito Neto e Ricardo Pereira Costa nunca prestaram serviços para a UPA da Queimadinha", diz trecho. 

Todo o fato narrado por João Carlos foi comprovado após acesso ao seu WhatsApp. As conversas obtidas pela Polícia Federa e Ministério Público mostram a simulação da contratação da GSM, empresa de Marcelo. Segundo as investigações da PF, conduzidas pelo delegado Fábio de Araújo Marques, as conversas entre João Carlos e os secretários apontam o papel importante de Denilton, também exonerado na última semana, na resolução de pendências em relação aos pagamentos para a GSM.  A INSAÚDE foi contratada pela Prefeitura de Feira de Santana em 2018, por licitação, para gerir de forma compartilhada a UPA de Queimadinha. 

A Câmara de Vereadores de Feira de Santana entregou em junho deste ano o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as irregularidades na Saúde do município. O documento pede o indiciamento do prefeito Colbert Martins (MDB), da ex-secretária de saúde Denise Mascarenhas, da coordenadora das policlínicas Vera Galindo e do procurador do município Moura Pinho.

Varela Net tentou contato com a Secretaria de Saúde de Feira de Santana, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

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