Em 1ª fala após derrota, Bolsonaro cita "injustiça" em eleição; leia discurso
Presidente concedeu coletiva na tarde desta terça-feira, no Palácio do Alvorada

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez após ser derrotado nas urnas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno da eleição ao Planalto, no domingo (30).
Em coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada na tarde desta terça-feira (30), Bolsonaro falou em "injustiça" ao se referir ao resultado das urnas.
Ao iniciar sua fala, ele agradeceu aos seus apoiadores pelos mais de 58 milhões de votos recebidos e, em seguida, mencionou os bloqueios nas estradas organizados por caminhoneiros em rodovias pelo país. "As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", disse Bolsonaro.
O pronunciamento durou 2 minutos e 3 segundos. Às 16h de hoje, completaram-se 44 horas que o resultado da pleito presidencial foi proclamado.
Logo depois, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), anunciou ter sido autorizado a dar início à transição de governo com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
Leia abaixo o discurso de Bolsonaro na íntegra:
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.
Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.
Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.
Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira.
Muito obrigado."