'Desaparecida', Lamborghini de Collor acumula mais de R$ 1 milhão de dívidas
Carro de luxo do ex-presidente e atual senador de Alagoas tem seis anos de IPVA atrasado e está registrado em nome de empresa de Fernando Collor

Foto: Reprodução
Registrado no nome da empresa Água Branca Participações, com sede na capital paulista e que tem o senador e candidato ao governo de Alagoas Fernando Collor de Mello (PTB-AL) no seu quadro de sócios, um Lamborghini Aventador Roadster 2013/2014 está entre os maiores devedores de IPVA em São Paulo.
Atualmente o paradeiro do Aventador é desconhecido. Por estar com o IPVA atrasado desde 2016, o veículo não pode ser licenciado e, portanto, está impedido legalmente de rodar em vias públicas.
Avaliado em R$ 3,36 milhões na Tabela Fipe, o carro de luxo, segundo o cadastro da dívida ativa do estado, acumula débitos que totalizam R$ 1.193.217,78, referentes aos anos de 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021. O veículo também está com o IPVA 2022 em atraso, no valor de R$ 106.949,21, incluindo R$ 23.717,65 de acréscimos legais - portanto, acumula seis anos de imposto devido.
O esportivo italiano conversível, com pintura azul metálica, já apareceu com destaque na imprensa alguns anos atrás. Em 2015, foi apreendido pela Polícia Federal na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília (DF), juntamente com uma Ferrari 458 Italia 2011 e um Porsche Panamera 2012. Os carros de luxo foram recolhidos pelos agentes como parte da Operação Lava Jato, por suspeita de que tivessem sido comprados com dinheiro de práticas criminosas.
Cerca de três meses depois, o Aventador e os demais automóveis foram devolvidos por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) e o senador comemorou no Facebook. "Eles voltaram ao seu dono", publicou o político na rede social em 29 de outubro daquele ano.
Em novembro de 2016, novamente o Lamborghini do ex-presidente da República virou notícia. Na época, o Bradesco solicitou à Justiça a apreensão do carro, por conta de atraso no pagamento de parcelas do financiamento - a empresa do ex-presidente financiou cerca de 50% do valor do conversível.
Fernando Collor entrou em acordo com o banco e conseguiu manter o Aventador pouco depois. Uma consulta ao site do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) mostra que o automóvel ainda tem restrição financeira, atribuída ao Bradesco.
UOL Carros tentou contato com o senador, oferecendo espaço para ele se manifestar, porém ainda não houve retorno.