Defesa de Flordelis alega que ela foi torturada na cadeia: 'Marca de cigarros'
Ex-deputada federal será julgada pela morte do pastor Anderson do Carmo nesta segunda-feira (7)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A defesa da ex-deputada federal Flordelis diz que ela foi agredida no presídio de Talavera Bruce, em Bangu, na zonaoOeste do Rio de Janeiro. Flordelis é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Faltando apenas um dia para o julgamento de Flordelis, que acontecerá na segunda-feira (7), a defesa dela tenta imputar aos agentes penitenciários a acusação de chantagem, extorsão e tortura. De acordo com os advogados, o episódio aconteceu quando a deputada foi vista usando um celular, em maio deste ano. Por ter sido supostajmente agredida naaquela ocasião, a ex-deputada passou a portar dinheiro nas partes íntimas até ser flagrada, em outubro.
"Ela foi flagrada com um dinheiro na genitália para dar aos guardas que a chantageavam. Quando foi levada à direção, ela questiona a falta de segurança e informava quem estava a extorquindo. Fomos no dia seguinte entender o que estava acontecendo e vimos ela andando torta, fazendo cara de dor. Ao nos encontrar ela começa a chorar. Quando pedimos para ela levantar a camisa, vimos que ela estava com várias marcas roxas, hematomas e queimaduras de cigarro", diz Janira Rocha, uma das advogadas da ex-deputada.
De acordo com a defesa da ex-deputada, após a instauração de um procedimento interno para apurar o caso, os dois agentes foram transferidos para outro presídio.
"A diretora do presídio conseguiu visualizar as marcas e encaminhou a Flordelis para um exame médico na UPA. Nesse exame os médicos viram manchas. Existiram agressões e o próprio sistema transferiu os guardas. A defesa não teria acesso para montar esse tipo de situação", disse Janira.
Julgamento
Além de Flordelis, serão julgados nesta segunda-feira os filhos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, e a neta Rayane dos Santos Oliveira. Eles são acusados da morte do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, executado com dezenas de tiros em junho de 2019, pouco depois de ter chegado em casa, acompanhado da cantora gospel e ex-deputada federal.