Dayane Pimentel detalha última conversa com Bolsonaro: "Vai ser minha inimiga"
Ex-aliada do presidente da República, Dayane Pimentel deu detalhes sobre o rompimento com o Palácio do Planalto, em 2019
Foto: Domingos Júnior / Varela Net
Eleita pela chamada 'onda bolsonarista' em 2018, a deputada federal Dayane Pimentel (União Brasil) revelou detalhes sobre o rompimento com o presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Na época, a parlamentar fez parte do grupo de dissidentes do extinto PSL, quando Bolsonaro tentou emplacar o filho Eduardo Bolsonaro (PL) como líder do partido na Câmara.
Em entrevista para um programa de Feira de Santana, sua cidade, a deputada contou como foi a última troca de mensagens com o chefe do Palácio do Planalto. Segundo Dayane, Bolsonaro não gostou da sua negativa de assinatura da lista que conduziria Eduardo ao posto de líder partidária, e encerrou a conversa declarando ela como inimiga a partir daquele momento. Ela ainda afirma não se arrepender de ter apoiado a candidatura do então deputado em 2018.
"Eu não me arrependo de ter apoiado ele. E se eu dissesse que me arrependo eu estaria sendo hipócrita. Afinal de contas, essa nossa história me tornou deputada federal. No governo de transição começaram as suspeitas desse núcleo de Bolsonaro", começou Dayane, que continuou revelando a última mensagem do presidente.
"Quando Bolsonaro me ligou para assinar a lista, para tirar o líder partidário e colocar o filho dele...quando ele viu a minha negativa, nós discutimos muito. E a última frase que eu disse para ele, foi assim: 'presidente, com todo respeito que você não está tendo a mim, mas eu tenho a você, eu vou apagar essas mensagens porque eu vou continuar sendo ética a você, que não foi comigo. Essas mensagens, se eu mostrar para alguém, eu fico até preocupada do que pode acontecer no governo [...] E eu apaguei. E a última mensagem dele foi a seguinte: 'você agora vai ser minha inimiga", completou.