Bolsonaro recua e cancela entrevistas após risco de prisão imposto por Moraes
Ex-presidente evita aparições públicas após decisão que amplia restrições judiciais
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desistiu de conceder entrevistas programadas para esta segunda-feira (21), após uma nova determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode levar à decretação de prisão preventiva caso o político utilize redes sociais de terceiros para divulgar falas públicas.
Bolsonaro participaria de uma coletiva de imprensa promovida pelo PL no Congresso Nacional e havia agendado uma entrevista com um portal de notícias. Ambas as aparições foram canceladas por orientação da defesa, diante da possibilidade de que trechos das falas fossem publicados em redes sociais — o que agora está vetado.
No novo despacho, Moraes determina que o ex-presidente está proibido de participar de “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”. O ministro ainda pontua que o objetivo é impedir que Bolsonaro use esses canais como forma indireta de comunicação. “O investigado não pode se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”, afirma o texto.
Além disso, o ex-presidente continua impedido de manter contato com 177 pessoas investigadas no mesmo inquérito, incluindo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A decisão de Moraes amplia as medidas cautelares já em vigor desde a última sexta-feira (19), que obrigam Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica, cumprir recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h e se manter afastado das redes sociais. Diante do endurecimento das restrições, a estratégia da defesa do ex-presidente tem sido evitar qualquer exposição que possa ser interpretada como descumprimento.
