Ações terroristas no DF foram coordenadas por grupos bolsonaristas no Telegram
Radicais também enviaram comandos para insuflar atos golpistas em outros pontos do país
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reportagem do portal UOL mostra que ao menos quatro grupos de bolsonaristas no Telegram —os quais somam mais de 188 mil usuários inscritos— coordenaram ações realizadas pelos extremistas em Brasília, no domingo (8).
Segundo a publicação, os radicais também enviaram comandos para insuflar golpistas em outros pontos do país a iniciarem atos terroristas. Nos chats, é possível notar que havia um plano geral apenas parcialmente realizado, de acordo com o UOL. Foram eles:
- tomar as sedes dos três Poderes —Congresso, STF e Palácio do Planalto— em uma espécie de ataque de decapitação;
- bloquear estradas e inviabilizar infraestrutura crítica do país, como refinarias e aeroportos;
Apenas o primeiro objetivo foi alcançado, com terroristas invadindo e depredando os três prédios públicos na Esplanada dos Ministérios.
Conforme o UOL, durante a manhã e início da tarde, o discurso estava centrado em mobilizar os extremistas para irem até a Esplanada dos Ministérios. Diversas publicações faziam menção explícita ao objetivo de invadir os prédios públicos.
Uma publicação de Bolsonaro no Instagram foi lida em parte dos grupos como um "dog whistle" —apito de cachorro, em tradução livre, um conceito usado para descrever mensagens cifradas que servem para ativar extremistas.
O ex-presidente postou de manhã uma imagem sua pendurado em um trator adornado com bandeiras, acompanhado de um texto divulgando ações de seu governo na área de infraestrutura. Para os golpistas, no entanto, a publicação foi um chamado ao agronegócio.
"Bolsonaro postou.... O agro tem q parar tbm", dizia a mensagem em um dos grupos (a ortografia foi mantida tal como postada).